Depende de uma decisão política do governo da Itália o retorno ao Brasil do único condenado do mensalão foragido. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato fugiu para a Europa e escapou da decisão do Supremo Tribunal Federal de mandá-lo para a cadeia por 12 anos e 7 meses por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Porém, ontem pela manhã, a Corte de Cassação de Roma autorizou a extradição do réu ; que tem dupla cidadania e havia obtido uma decisão favorável no primeiro julgamento, em Bolonha, no ano passado, porque as prisões brasileiras não teriam condições de segurança. Logo após a decisão, as autoridades italianas prenderam Pizzolato.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pedirá apoio do Ministério da Justiça e do Itamaraty para que eles façam contato com o Ministério da Justiça italiano, comandado por Andrea Orlando. Os procuradores que cuidam do caso na PGR, Vladimir Aras e Eduardo Pelella, não acreditam que o caso de Cesare Battisti atrapalhará as negociações. Preso no Brasil, ele acabou não sendo extraditado para a Itália por crimes cometidos no país europeu, mesmo com pedidos do Judiciário italiano.
Segundo Pellela e Aras, a decisão política se baseará na escolha ou não de enviar ao Brasil um preso com nacionalidade italiana. A constituição do país europeu permite esse processo, ao contrário da brasileira. Ainda assim, não há garantias de que ele será extraditado. ;Não é necessariamente simples a entrega de um nacional;, afirmou Pelella. Como o Brasil não extradita os cidadãos, pode ser que o governo italiano tome a mesma medida. Pesam no sentido contrário um acordo de cooperação entre os dois países e o histórico positivo de relacionamento. Vladimir Aras destaca alguns exemplos. Em 1984, o Brasil extraditou para a Itália o mafioso Tommaso Buscetta, fundamental para desvendar os segredos da máfia italiana na Operação Mãos Limpas. Depois do caso Battisti, outros italianos já foram extraditados.
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