Politica

Em 11 anos, R$ 3,2 milhões foram gastos com novas eleições em municípios

Após o pleito de 2012, 94 municípios tiveram prefeitos cassados e precisaram voltar às urnas, em disputas extemporâneas

postado em 18/02/2015 08:06
Após o pleito de 2012, 94 municípios tiveram prefeitos cassados e precisaram voltar às urnas, em disputas  extemporâneas
Mesmo após o fim do pleito de 2012, eleitores de 94 municípios tiveram que voltar às urnas para escolher um novo prefeito. Na lista de motivos, estão ex-mandatários cassados por compra de votos e abuso de poder econômico. Além dos prejuízos causados pelos crimes em si, esses ex-prefeitos deixam outra conta salgada para o contribuinte: o custo para a realização das novas eleições. De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), desde 2004, o Tesouro Nacional já gastou pelo menos R$ 3,2 milhões com as chamadas eleições suplementares.

Os eleitores de Santa Maria do Pará (PA) tiveram de votar nada menos do que três vezes desde 2012 para escolher o prefeito do município de 26,1 mil habitantes. O primeiro eleito foi Lucivandro Silva Melo (PR), cassado depois de ser condenado por comprar votos com consultas médicas. De acordo com as investigações, no período eleitoral, ele levou vários eleitores a um hospital do município e distribuiu senhas para atendimento.

Em dezembro de 2013, Diana de Sousa Câmara Melo (PR), mulher de Lucivandro, foi eleita prefeita. A Justiça eleitoral entendeu, porém, que ela não podia disputar o pleito. Isso porque a legislação veda ;a perpetuidade de uma família; na chefia do Poder Executivo. Para que a mulher concorresse à eleição, Lucivandro deveria ter deixado o cargo seis meses antes. Ele conseguiu se manter na prefeitura até outubro de 2013 por meio de liminares. Em janeiro deste ano, os eleitores de Santa Maria do Pará tiveram, então, de voltar às urnas pela terceira vez. Agora, sem muita opção: houve apenas um habilitado para a disputa. Alcir Costa da Silva (PSB) foi eleito prefeito. Lucivandro e Diana não foram localizados pela reportagem. De acordo com aliados políticos, a mulher planeja concorrer novamente ao posto no ano que vem.



Com 284 mil habitantes, Mossoró (RN) foi a maior cidade a voltar às urnas desde 2012, quando Cláudia Regina (DEM) foi eleita e, no ano seguinte, cassada por abuso de poder econômico. Ela conseguiu se manter no cargo em 2013 por meio de liminares. Entre as acusações contra ela, estão o uso de servidores da prefeitura na campanha e até a distribuição de cimento para eleitores que garantissem o voto nela. Em maio do ano passado, no entanto, os eleitores escolheram Francisco José Júnior (PSD) para comandar a prefeitura. Cláudia Regina não atendeu às ligações da reportagem.

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