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Empreiteiros presos tentam interferir nas investigações da Lava Jato

Segundo o juiz federal Sérgio Moro, as empreiteiras continuaram o pagamento de propina após o início das investigações

postado em 19/02/2015 16:24
Ao renovar as prisões dos empreiteiros Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC, Eduardo Herminio Leite, Dalton dos Santos Avancini e José Ricardo Auler, da Camargo Corrêa, o juiz federal Sérgio Moro, destacou que os empresários têm tentado interferir nas investigações. Segundo Moro, responsável pelos processos decorrentes das investigações da Operação Lava Jato, a eventual soltura dos empresários ;colocaria em risco à ordem pública, risco à instrução, à aplicação da lei penal e à integridade da Justiça;.

Em despacho expedido ontem (18), o juiz federal afirma que o pagamento de propina pelas empreiteiras investigadas pela Polícia Federal e o Ministério Público, foi mantido após o início da operação.

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;[É] necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo as empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a administração pública não é mais aceitável ; nunca foi, na expectativa de que abandonem tais práticas criminosas. Então a prisão preventiva é necessária para preservar a ordem pública, prevenindo a reiteração e continuidade dos crimes, diante da constatação de sua duração por anos, a sua atualidade e a habitualidade criminosa;, sustentou Moro no despacho.

Moro disse que a tentativa dos acusados e das empreiteiras de ganhar apoio político para com se beneficiarem no processo judicial ;já é reprovável;. O juiz acrescentou que ;as aludidas tentativas de cooptação de testemunhas;, demonstram a necessidade de se manter a prisão preventiva para garantir a instrução e a aplicação da lei e preservar a integridade da Justiça ;contra a interferência do poder econômico;.

Ele qualificou de ;intolerável; e ;total desvirtuamento do devido processo legal;, que ;emissários; das empreiteiras busquem apoio de políticos para tentar favorecer os empresários presos. Segundo jornal Folha de S.Paulo, advogados da UTC e da Camargo Corrêa se reuniram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar de questões relacionadas a Lava Jato.

Cardozo, no entanto, informou, por meio de nota, que teve reunião apenas com representantes da empresa Odebrecht, no dia 5 de fevereiro, às 15h30. O ministro acrescentou que é ;dever do ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da Advocacia;.

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