Paulo de Tarso Lyra
postado em 20/02/2015 08:00
O Planalto negocia com a base aliada e com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o adiamento da sessão do Congresso que analisará os vetos presidenciais, marcada para a próxima terça-feira. Ciente de que, se for a voto, o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda será derrubado, o governo tenta ganhar tempo para ressuscitar o reajuste original de 4,5%, proposto originalmente pela equipe econômica.
A retomada do percentual viria de uma emenda apresentada a uma medida provisória já em tramitação no Congresso. Já existe até uma, protocolada pelo líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF). ;Ninguém da equipe econômica me procurou pedindo nada. Sugeri a emenda porque sou da base e penso nos contribuinte brasileiros, que precisam de um alívio tributário;, disse Rosso ao Correio.
Embora o deputado tenha despistado, a proposta de Rosso é avalizada pelo governo. O PSD, presidido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, é visto como um dos mais fiéis partidos da base aliada. Os pessedistas têm interlocução fácil com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, e com o chefe da Casa Civil, ministro Aloizio Mercadante.
O governo, contudo, precisa ser hábil na articulação. A oposição e parte da base aliada, incluindo o PT, trabalham pela derrubada do veto. Se isso acontecer, o reajuste em vigor será de 6,5%, percentual que representa a inflação de 2014, significando um rombo de R$ 7,69 bilhões nas combalidas contas públicas brasileiras em 2015. Mantida a proposta de 4,5%, a renúncia fiscal do Executivo cairia para R$ 5,32 bilhões este ano.
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