Eduardo Militão
postado em 20/02/2015 14:42
Nas ações de improbidade propostas nesta sexta-feira, os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato relatam um "gigantesco esquema criminoso" que atuava contra a Petrobras. Eles dizem que vão abrir novas ações específicas para certos crimes e personagens. Processos autônomos vão apontar a ;participação de agentes políticos e partidos políticos como indutores e beneficiários dos atos de improbidade imputados a Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento) e o enriquecimento ilícito desses agentes;.Outras ações virão para tratar de superfaturamento nas mesmas obras que, nesta sexta-feira (20/2), renderam ações de improbidade contra seis empreiteiras e 28 pessoas, como operadores e executivos das construtoras. Também haverá processos pelo crime de fraude e licitação e formação de cartel e de corrupção em favor de outros funcionários da Petrobras e de operadores do esquema, como o doleiro Alberto Youssef.
Segundo as ações abertas hoje, estão na mira do Ministério Público 16 empreiteiras: Construtora Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, UTC, Galvão Engenharia, Techint, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, GDK e Setal. As empresas formavam um ;um grande e poderoso cartel do qual participaram as empresas, possibilitando que fosse fraudada a competitividade dos procedimentos licitatórios referentes às maiores obras contratadas pela Petrobras;. Com resultado, entre 2004 e 2014, os lucros foram aumentados em ;centenas de milhões de reais;.
Todas as empresas acusadas negam participação nos crimes ou não comentam as acusações. A Setal negocia um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os executivos dela, Augusto Mendonça e Júlio Camargo, já fecharam um acordo semelhante, de delação premiada, com o Ministério Público.