Eduardo Militão
postado em 23/02/2015 06:00
O coordenador da força-tarefa do Ministério Público na Operação Lava-Jato defende que as empreiteiras sejam punidas integralmente pelos ilícitos de corrupção, superfaturamento, formação de cartel, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Petrobras. O procurador Deltan Dallagnol critica uma ideia corrente no governo, encampada até pela presidente Dilma Rousseff, segundo a qual basta ;punir as pessoas; porque as ;empresas são essenciais para o Brasil;. ;A política da ;maçã podre; é danosa para o combate e a prevenção à corrupção;, disse ele, em entrevista ao Correio. ;A corrupção não decorre só de fatores individuais, mas também organizacionais. Não queremos só medidas em relação aos indivíduos, mas também às empresas, a aparatos organizados que contribuíram para que isso acontecesse.;
No discurso de posse para o segundo mandato e em 27 de janeiro, Dilma disse ser necessário ;saber punir; no caso da Petrobras. ;Nós temos que saber punir o crime, nós temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país;, afirmou.
Alertado de que o discurso dele ia de encontro às ideias defendidas pela presidente da República, Deltan não aceitou o confronto. ;Eu não quero aparecer como ;o procurador que contesta Dilma;. Minha ideia é apartidária;, disse. ;Tenho a lei, a sanção prevista na lei, que é constitucional. Essa sanção vai ao encontro dos ideais de combate à corrupção e de melhorar a qualidade de vida da população, nossas condições sociais. E vou buscar isso. Não vou abordar entendimento de outros órgãos;, ressaltou. Deltan deseja que o Executivo mantenha-se aliado no combate à corrupção, enumerando órgãos parceiros, como a Polícia Federal e a Receita Federal .
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