Politica

Café da manhã no Planalto dá início às negociações sobre ajuste fiscal

O ministro informou que já há uma reunião marcada para amanhã com o bloco formado pelo PT, PDT e PCdoB no Senado para continuar as discussões

postado em 24/02/2015 12:11
Em mais uma ofensiva para agrupar a base e buscar apoio a medidas importantes para o governo, ministros reuniram-se nesta manhã no Palácio do Planalto com líderes do governo no Senado. Após o encontro, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse que o café da manhã foi uma reunião de ;nivelamento; para os parlamentares conhecerem melhor as propostas de ajuste econômico. Ontem, ministros da área econômica participaram de jantar no Palácio do Jaburu para convencer PMDB das medidas.

Segundo Pepe, no café, não foram discutidos detalhes e esta foi a primeira de uma série de reuniões para debater a matéria. O ministro informou que já há uma reunião marcada para amanhã com o bloco formado pelo PT, PDT e PCdoB no Senado para continuar as discussões. Ainda hoje, Pepe almoça com líderes da Câmara dos Deputados. ;Não discutimos concretamente nenhuma proposta diferenciada a que foi apresentada, nenhum líder levantou proposta alternativa a ser apreciada pelo governo. Foi uma primeira reunião de nivelamento de informações e agora, na sequência, vamos discutir concretamente os temas que cada bancada tem a apresentar;, explicou.
[SAIBAMAIS]
No encontro desta terça-feira, os ministros do Trabalho, Manoel Dias, da Previdência, Carlos Gabas, do Planejamento, Nelson Barbosa, da Secretaria Geral, Miguel Rossetto detalharam os tópicos das medidas provisórias que tratam do acesso a direitos trabalhistas para promover o ajuste. Em seguida, segundo Pepe, foi aberta uma rodada para os senadores se pronunciarem.



Segundo Pepe, senadores procuraram saber das negociações do governo com centrais sindicais e movimentos sociais que se opuseram às medidas provisórias que reúnem as propostas de mudanças no acesso a benefícios trabalhistas. Elas dificultam o acesso à direitos como seguro-desemprego, seguro defeso, pensão por morte, auxílio doença e abono salarial.

De acordo com o ministro, as MPs não tem o objetivo de promover um ajuste fiscal de curto prazo. ;Elas são medidas no sentido de fazer a preservação de benefícios importantes e corrigir eventuais distorções que existem nesses e dar sustentabilidade aos fundos que lastreiam os beneficios;, disse.

O ministro contou que alguns parlamentares expressaram preocupação com alguns pontos das propostas que serão discutidas a fundo mais adiante. ;Nós não temos sequer as comissões mistas instaladas, sequer um relator definido. A partir do momento que isso acontece, as propostas, mais no concreto, (pode ser apresentadas) mais eventuais alternativas que o parlamento queira ofertar e terão de ser analisadas;, disse. Segundo Pepe, o objetivo é de aprovar a matéria o mais rapidamente.

O líder do PMDB, Eunício Oliveira, não esteve no Palácio. Participaram do café além de Pepe, Rossetto, Dias e Gabas, os senadores Humberto Costa (PT), José Pimentel (PT), Benedito Lira (PP), Fernando Collor (PTB), Blairo Maggio (PR), Marcelo Crivella (PRB), Acir Gurgacaz (PDT), Vanessa Garzziotin (PCdoB).

Ontem, em jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, o governo também tratou de convencer a cúpula do PMDB, que tem imposto uma série de derrotas ao Planalto, sobre a importância da medida. Ministros da área econômica apresentaram as propostas e obtiveram o compromisso da legenda em apoiá-las no Congresso. Segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, todos os integrantes da cúpula do partido concordaram com o apoio, principalmente, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

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