Paulo de Tarso Lyra
postado em 26/02/2015 08:30
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem em Brasília com uma missão árdua. O cacique petista tenta convencer PMDB e PT a apoiarem as propostas de ajuste fiscal encaminhadas pelo Planalto ao Congresso e que representarão um arrocho de R$ 80 bilhões, de acordo com estimativas feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no entanto, reforçou que a tarefa será complicada, e sugeriu que o governo corte na própria carne.[SAIBAMAIS];O ministro Levy disse que o Brasil sofreu uma ;escorregadinha;. Parece-me que foi um ;escorregadão;, para eles terem que cortar R$ 80 bilhões. Por que não cortam os cargos comissionados do Executivo? Eu disse isso ao Levy. Nem que, mais para a frente, restituam os cargos. Mas cortar, agora, na carne, é o melhor exemplo que eles podem dar;, cobrou o peemedebista, estimando em 11,5 mil os comissionados que poderiam ser dispensados. ;Até porque tem um monte de esqueletos, como contratos públicos e operações de crédito e dólar feitos pelo Banco Central que não estão nessa conta dos R$ 80 bilhões;, alfinetou Renan, ao criticar a estratégia adotada até o momento pelo Planalto de restringir a tesourada em direitos previdenciários e trabalhistas.
Lula participou ontem de jantar com a bancada de senadores do PT e ainda teria um encontro com a cúpula do PMDB do Senado. Mais cedo, foi a vez de o vice-presidente da República, Michel Temer, reunir-se com a bancada do PMDB da Câmara, enquanto o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tomava café com as centrais sindicais. Em todos os encontros, ficou patente que o apoio poderá até vir, mas terá de ser conquistado a duras penas.
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