Em um ato para repelir o atentado contra um promotor de Justiça baleado em Minas Gerais, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira (27/2) que existem "fatos concretos" que revelam ameaças à sua segurança. Como revelou o Correio em primeira mão ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comunicou ao procurador que informações de inteligência detectaram ameaças a Janot, que reforçou as medidas de controle no dia seguinte. Entre os fatos concretos, ele revelou um arrombamento em sua casa.
"Minha casa foi arrombada, no fim de janeiro, por conta dos alarmes, essas pessoas tiveram no minimo oito minutos dentro da minha casa", afirmou ele, em Uberlândia (MG). "Tinha lá uma pistola .40, três carregadores, com 14 balas cada um, enfim maquina fotográfica, tudo de valor, e a única coisa que foi levada foi o controle de portão."
Janot passou a se precaver. Seguranças da PGR passaram vigir a residência dele, no Lago Sul, 24 horas por dia. "Eu tenho recebido relatórios de inteligencia. Os últimos parecem que aumentou o pouquinho o nível de risco."
"Crime organizado"
Depois do aviso do ministro da Justiça, aumentaram também os vigilantes na porta do gabinete de Janot, na cobertura da Procuradoria-Geral da República.
O procurador não quis vincular as ameaças à Operação Lava-Jato, mas disse que as investigações mais eficazes causam esses problemas. "A partir do momento em que você consegue atingir um numero maior de pessoas, maior eficácia no seu trabalho, na sua atividade, esse tipo de risco aumenta."
Após o ato em solidariedade ao promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, Janot disse que a "a corrupção e crime organizado são dois cânceres que corroem a sociedade brasileira". "O Ministério Público brasileiro reage institucionalmente de forma pronta quando alguym membro seu é alvejado ou ameaçado."