Paulo de Tarso Lyra
postado em 02/03/2015 06:02
A decisão da Mesa Diretora da Câmara de estender aos cônjuges o direito às passagens aéreas pagas com o dinheiro da cota reservada aos parlamentares será questionada pelo PSol na reunião do colégio de líderes marcada para amanhã. No mesmo dia, a ONG Avaaz patrocina um telefonaço direto para o gabinete do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticando a proposta. Até o fim da tarde de ontem, a entidade havia coletado quase 300 mil assinaturas contra o benefício.;A medida tornou-se motivo de chacota para a Câmara e precisa ser revista;, defendeu o líder do PSol na Casa, Chico Alencar (RJ). O parlamentar espera reverter a decisão da Mesa Diretora. ;Não vi nenhum dos líderes partidários defendendo a proposta. Nem mesmo o presidente Eduardo Cunha é enfático na defesa;, disse. O socialista lembrou as palavras do peemedebista de que ele próprio (Cunha) não se beneficiará da alteração, assim como 80% dos deputados. ;Se a maioria não quer, por que aprovou? Em tempos de Lava-Jato e lista de Janot (Rodrigo Janot, procurador-geral da República), os deputados não precisavam de mais esse constrangimento;, completou o líder do PSol.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), pediu ao Supremo Tribunal Federal que barrasse a aprovação da proposta. O ministro Teori Zavascki negou o pedido, de maneira liminar, mas pediu à Mesa Diretora da Câmara mais explicações sobre a medida, deixando no ar a possibilidade de que ela seja revogada. As bancadas do PSDB e do PPS anunciaram na semana passada que vão abrir mão do benefício. Juntas, as duas legendas contam com 64 parlamentares ; 54 do PSDB e 10 do PPS.
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