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Politica

Na lista de inquéritos da Lava-Jato, Renan dispara contra Janot

Presidente do Senado defendeu a criação de regras para a eleição do Procurador-Geral da República e reclamou do fato de não ter sido ouvido por Rodrigo Janot



Citado na ;lista de Janot;, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) utilizou a tribuna da Casa Alta para criticar o procurador-geral da República, no começo da tarde desta quinta (05). Renan disse que Janot, cujo mandato termina em setembro, está ;em pleno processo de reeleição;, e defendeu a criação de regras para a eleição dos chefes do Ministério Público. Ao deixar o Plenário, Renan lamentou o fato de não ter sido procurado pelo MPF antes do oferecimento da denúncia. ;Só lamento que o MP não tenha ouvido as pessoas como é praxe para que as pessoas questionadas possam se defender, apresentar as suas razões. Mas isso tudo é da democracia. Quando há excesso, quando há pessoas citadas injustamente, a democracia depois corrige tudo isso", afirmou.

[SAIBAMAIS]A fala de Renan foi feita num momento em que os senadores discutiam regras de desencompatibilização do cargo para os mandatários que disputam a reeleição. ;Essa é uma prática, senador Reguffe, que devia valer para todas as eleições do Executivo e até mesmo do Ministério Público. Nós estamos com o procurador-geral da República em processo de reeleição para a sua recondução ao Ministério Público;, disse Renan. ;Quem sabe se nós, mais adiante, não vamos ter também, a exemplo do que estamos fazendo com as reeleições do Executivo, de regrar esse sistema que o Ministério Público tornou eletivo;.

Desde o governo Lula, os chefes do MPF têm sido escolhidos por meio de uma lista tríplice, resultante de uma votação promovida pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR). Os nomes são enviados à presidência da República. Em seguida, o escolhido é sabatinado pelo Senado.

Renan também aproveitou para alfinetar o antecessor de Janot no cargo, Roberto Gurgel. ;O último procurador-geral da República antes do dr. Janot, que tem uma excelente relação com esta Casa, no seu processo de eleição, de uma só vez, às vésperas das eleições, o saudoso dr. Gurgel, ele pagou de uma só vez R$ 275 milhões ao Ministério Público de vários anos de ajuda moradia. De uma só vez, em pleno processo eleitoral, ele pagou R$ 275 milhões. E é evidente que isso o ajudou no próprio processo de recondução;, disse ele.