Politica

Deputados e senadores votam nesta semana temas de interesse do Planalto

Entre eles está o veto à correção da tabela do Imposto de Renda. Renan e Eduardo Cunha prometem pegar pesado

postado em 09/03/2015 08:30
A análise do veto que corrigia a tabela do Imposto de Renda em 6,5% será o grande teste político do governo nesta primeira semana depois de conhecida a lista de deputados e senadores a serem investigados por suspeita de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras. O Poder Executivo deseja manter o veto para mostrar ao mercado que o ajuste fiscal não corre riscos. De quebra, planeja demonstrar que, apesar de tudo, ainda tem controle sobre sua base no parlamento. O problema é que, ao que tudo indica, os congressistas não estão com tanta vontade de se apresentarem ;controlados; pelo governo. ;Acho difícil o veto ser mantido. O governo teve até a semana passada para fazer a reposição de 4,5%. Não o fez. Agora, ficou tarde;, avalia o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ).

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[SAIBAMAIS]O veto está na pauta desde a retomada dos trabalhos do Poder Legislativo, em fevereiro. Ocorre que, até aqui, num gesto de boa vontade para com o Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros, agiu para que as sessões do Congresso fossem adiadas. Não por acaso, prolongaram-se as votações no Senado, o que terminou por tomar o tempo que seria dedicado à sessão conjunta das duas Casas. Agora, incluído na lista de envolvidos no esquema de corrupção, Renan soltou o freio de mão. Além dele, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também deixou claro não querer paz. E o governo terá que agir por conta própria se quiser evitar a correção de 6,5% na tabela do IR e outros temas polêmicos.



Se a base tem dificuldades em manter o veto, imagine a oposição. ;Não vamos votar contra o veto de forma aleatória ou apenas para impor uma derrota ao governo. Correção da tabela não é uma questão de escolha, como o governo quer impor em 3,5%, 4,5%. Os 6,5% representam a inflação e, se a correção ficar abaixo desse percentual, o governo vai avançar sobre a renda da sociedade e aumentar sutilmente a carga tributária. Não dá;, comentou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

A tendência de derrubada do veto exposta pelo líder do PMDB ; e que conta com o apoio do PSDB ; não é o único problema a atormentar a presidente Dilma, seus ministros e os fiéis escudeiros no parlamento. Outro embate previsto para esta semana, a partir de terça-feira, é a política de valorização do salário mínimo, algo que os congressistas desejam estender aos aposentados, mas o governo não aceita. Para completar, ainda tem nesta quarta-feira a convocação do ministro da Educação, Cid Gomes. Ele foi chamado a explicar por que se referiu aos parlamentares como ;300 a 400 achacadores;, algo que serviu para piorar ainda mais o clima entre Executivo e Legislativo.

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