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CPI da Petrobras faz sessão para ouvir ex-gerente Pedro Barusco

O engenheiro é o primeiro convocado que comparece ao colegiado para prestar esclarecimentos



Perfil
Na Petrobras desde 1979, Pedro Barusco foi funcionário de carreira da estatal. Ele revelou que começou a receber propina em 1997 ou 1988 da empresa holandesa SBM, enquanto ocupava o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações da Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras. O pagamento de propinas se tornou algo sistemático, de acordo com ele, a partir do segundo contrato de aluguel de navios-plataforma entre a SBM e a Petrobras a partir de 2000.

Com contratos de longa duração, o recebimento ilegal do dinheiro ocorria de forma regular até 2003. Barusco confirmou que, nesse período, recebia quantias que variavam entre US$ 25 mil a US$ 50 mil por mês. Em 2007 foi firmado outro contrato entre a SBM e a Petrobras, dessa vez para o fornecimento de um navio-plataforma chamado P57, um contrato de R$ 1,25 bilhão. Barusco era então gerente executivo de Engenharia e recebeu 1% do total entre 2007 e 2010. Ele disse que recebeu, só pelos contratos entre a Petrobras e a SBM, US$ 22 milhões entre 1997 e 2010.

Em 2011, aposentou-se da Petrobras e virou diretor da Setebrasil, empresa que venceu licitações para executar 28 contratos de construção de sondas de perfuração do a Petrobras. Os contratos de operação eram de US$ 500 mil por dia de operação para as primeiras sete sondas e de US$ 530 mil para as outras 21, um total de US$ 22 bilhões.