postado em 12/03/2015 07:37
O novo comando da Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM) da Câmara colocará lado a lado dois parlamentares com visões bem distintas em relação ao tema. Os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Jean Wyllys (PSol-RJ) são cotados para dois dos três cargos da vice-presidência. A presença dos adversários é fruto de um acordo costurado pelo PT com a bancada evangélica. O partido governista quer garantir que os religiosos votem no candidato petista à presidência da comissão, Paulo Pimenta (PT-RS).
Feliciano foi protagonista de uma grande crise na CDHM, quando assumiu a presidência em 2013. Por quase três meses, a Câmara enfrentou protestos de representantes de movimentos negros, gays e feministas contra o pastor. Jean Wyllys foi um dos parlamentares que mais se opôs à presença de Feliciano na comissão. Ontem, o pastor afirmou ao Correio que será ;construtivo para o país; se ele e Wyllys puderem estar à frente da mesma comissão. ;Isso não é a prova de uma democracia?;
A eleição de presidente e de vices estava prevista para ontem, mas precisou ser suspensa devido à sessão do Congresso destinada à análise de vetos presidenciais. A reunião foi remarcada para a manhã de hoje, às 10h. A tentativa de acordo visa solucionar um impasse na comissão, que foi instalada na semana passada, mas ainda não conseguiu eleger presidente e vices.
No entanto, por conta de um acordo entre os partidos na distribuição dos comandos das comissões permanentes da Casa, ficou decidido que o cargo caberia ao bloco liderado pelo PT, que indicou Pimenta. Mesmo sendo candidato único, porém, ele depende dos votos da bancada evangélica. ;Existe uma compreensão deles (da bancada religiosa) que, para eleger o presidente, eles têm que eleger o vice;, declarou Paulo Pimenta.