postado em 12/03/2015 14:57
A reunião da CPI da Petrobras para ouvir o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tornou-se um ato de desagravo ao deputado suspeito de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A maior parte dos parlamentares usou os microfones nesta quinta-feira (12/3) para defender o colega. ;Vossa Excelência é hoje mais presidente do que antes de entrar nessa lista;, disse o ex-líder do PSDB Bruno Araújo (PE). O líder do PT, Sibá Machado (AC), também apoiou o deputado suspeito: ;Confio em suas palavras;. Carlos Sampaio (PSDB-SP), Efraim Filho (DEM-PB), Artur Maia (SD-BA) e outros parlamentares engrossaram o coro favorável a Cunha, com frases como ;Vossa Excelência deu um show;.[SAIBAMAIS]Eduardo Cunha negou ter recebido qualquer vantagem ilícita. O Ministério Público suspeita que ele se beneficiou de propinas pagas pelas empresas Samsung e Mitsui ao fecharem negócio de US$ 1,2 bilhão ao venderem duas sondas à Petrobras. Segundo o delator Júlio Camargo, a operação só se concretizou após ele repassar subornos de US$ 40 milhões a Nestor Cerveró e ao lobista Fernando ;Baiano; Soares. Já o doleiro Alberto Youssef disse que Baiano agia em favor de Eduardo Cunha.
A atitude revoltou alguns deputado. ;É vergonhosa a reunião de hoje. Não cabe ao parlamentar absolver antecipadamente;, disse Clarissa Garotinho (PR-RJ). ;Cabe a essa comissão fazer perguntas, inquirir. E isso foi o que eu menos vi aqui.;
Antes mesmo de começar, um deputado PMDB antecipou ao Correio que a reunião era seria uma ;babaquice; e um ;ato político; para defender Eduardo Cunha.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que ;acha; que Eduardo Cunha não tem culpa. Mas depois reclamou do tom elogioso dos colegas. ;Ele não é bonito para ser alisado;, ironizou, ao deixar a reunião da CPI.
A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse que é precipitado condenar ou absolver antecipadamente. ;Não podemos fazer espírito de corpo aqui. Precisamos dar tratamento igualitário.;