Leonardo Cavalcanti
postado em 15/03/2015 14:26
O tamanho das manifestações nas cidades brasileiras mais uma vez surpreendeu o governo. Agora até que o pessoal mais próximo da presidente Dilma Rousseff estava avisado, chegando mesmo a se reunir para avaliar os protestos. Mas os números e as imagens dos insatisfeitos da manhã e do início desta tarde foram maiores do que o Planalto esperava.Na prática, as manifestações de hoje são as primeiras de outras que podem vir a ocorrer caso o governo Dilma Rousseff não consiga reagir. A expectativa de acadêmicos e políticos é que a onda se amplie mais, a depender das respostas oficiais, que até agora não vieram de forma satisfatória para parte dos eleitores do país, a grande turma que está nas ruas.
Nas manifestações de 2013, cinco fatores - que podem ser sobrepostos - levaram as pessoas às ruas: denúncias de corrupção, altos impostos, perda do poder de consumo, falta de serviço público e motivos puramente eleitorais. Para o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Augusto de Queiroz, faltava o trabalho, afinal os números mostravam a segurança do pleno emprego.
;Os manifestantes daquela época tinham motivos eleitorais, reclamavam dos serviços públicos, dos altos impostos, eram contra a corrupção e temiam a perda do poder de consumo;, diz Queiroz. ;Mas tinham a certeza do emprego. Com a crise econômica, as pessoas se sentem inseguras no trabalho, com ameaças cortes de direitos e desemprego.;
Resta esperar a reação do governo para a primeira onda. As próximas começam a se formar.