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Politica

Ministros falam sobre protestos e reforma política, após reunião com Dilma

Um dia após mobilização que levou 1,5 milhão de pessoas às ruas, líderes afirmaram que a indignação popular contra a corrupção é "legítima". Reforma ministerial não foi debatida no encontro

Ele disse que Cunha tem o direito de ler da maneira como quiser a ;voz das ruas;. ;Sei que isso que líderes das manifestações foram impedidos de falar. Há um desconforto com a política. Temos de refletir sobre isso. Por que isso ocorre, se eles são eleitos? Isso ocorre na nossa avaliação porque o sistema não permite que os brasileiros se sintam representados;, afirmou .


Os ministros também reforçaram a necessidade de que o governo está aberto ao diálogo. ;A primeira resposta que se dá às manifestações é ouvi-las. O governo democrático age assim. Ele ouve a voz das ruas. Pouco importa se elas são pessoas que aplaudem ou vaiam o governo;, afirmou Cardozo.


Braga afirmou que as eleições foram vencidas com base num ;programa de desenvolvimento como base no social;. As medidas de ajuste fiscal, segundo ele, são necessárias porque houve ;esgotamento da política anticíclica;. Segundo ele, o objetivo do ajuste é fazer o Brasil crescer com ;intensidade;. ;;É preciso fazer ajustes antes que a crise chegue aos empregos, às indústrias;. Reiterou que o ajuste será feito com dialogo com a sociedade e com o Congresso Nacional. ;Estamos empenhados com o Congresso, reconhecendo que só não erra quem não faz. Mas há uma diferença entre os que querem acertar e os que defendem a política do quanto pior, melhor.;

Constrangimento

O ministro José Eduardo Cardozo afirmou ainda que não ficou constrangido com o panelaço do qual sua fala foi alvo ontem, durante entrevista transmitida pela televisão. ;Uma pessoa que se constrange com uma manifestação democrática não é democrata. Muitos brasileiros ouviram o que queríamos dizer, podem concordar ou não. As que não queriam ouvir, bateram com suas panelas;, disse.


Cardozo disse que as pessoas têm o direito de se manifestar e afirmou que foi uma evolução conseguir a possibilidade de manifestação, o que não era possível durante a ditadura. ;Depois de tudo aquilo que passamos, você acha que vou me incomodar porque pessaos se manifestaram democraticamente porque discordarem do governo ou do que eu estava falando. Eu estaria rasgando um passado;, disse.

A presidente convocou o conselho político a se reunir na manhã de hoje, já com novos integrantes. Participaram do encontro o vice-presidente da República Michel Temer, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga; o ministro das Cidades, Gilberto Kassab; o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto; da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas; da Ciência, Tecnologia e Informação, Aldo Rebelo; da Defesa, Jaques Wagner; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e o assessor especial da presidente, Giles Azevedo, e da Comunicação Social, Thomas Traumann.