Politica

Vídeo: doleiro diz que entregou R$ 150 mil a ex-líder

Cândido Vaccareza (PT-SP) recebeu o dinheiro em espécie, afirma Alberto Youssef em delação premiada

Eduardo Militão
postado em 17/03/2015 17:20

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O doleiro Alberto Youssef afirmou que entregou de R$ 450 mil a R$ 600 mil ao ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccareza (PT-SP). A declaração faz parte do acordo de colaboração premiada que ele fechou com os investigadores da Operação Lava-Jato e foi gravada em vídeo em 11 de fevereiro, perante a delegada Érika Mialik Marena, os procuradores Andrey Borges e Bruno Calabrich e o promotor Wilton Queiroz, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.


De acordo com ele, Vaccarezza recebeu dinheiro em espécie ;três ou quatro vezes; a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em cada operação, eram entregues R$ 150 mil.


Segundo o doleiro, em 2008, uma ;Na verdade o Paulo Roberto pediu que eu entregasse um pouco mais e eu reduzi o valor;, afirmou. O ex-diretor de Abastecimento solicitou um repasse de algo em torno de R$ 300 mil a cada prestação. ;Eu interferi dizendo que não tinha caixa para tanto e reduzi os valores.;


O doleiro não soube precisar a data das entregas de dinheiro, dizendo que foi apenas depois da morte de José Janene, entre 2010 e 2012. O dinheiro deveria sair do caixa do Partido Progressista na Petrobras, apesar de Vaccarezza ser petista. Youssef questionou mas Paulo Roberto teria dito assim: ;não tem como, tem que ajudar;.


Asfalto
No termo de colaboração 28, Paulo Roberto Costa disse à PF e ao Ministério Público que conheceu Vacarezza em 2008, na casa do empresário e lobista Jorge Luz, no Rio de Janeiro. Ali, ele foi apresentado à Sargent Marine, que vendia asfalto. Após interferência de Paulo Roberto, a empresa foi convidada a participar de uma licitação e acabou fornecendo o produto para a Petrobras. Como era ano de eleição, se asfaltava bastante


Nesse negócio, Paulo Roberto recebeu propina de US$ 800 mil dólares, pagos no banco Lombard Odier, na Suíça, em nome de seu genro Humberto Mesquita. Segundo o ex-diretor, Jorge Luz repassou R$ 400 mil de comissão para Vaccarezza.


Quando passou a ser investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado rebateu as acusações. ;Eu sou inocente e vou provar minha inocência. Não existe nenhuma prova contra mim;, disse ele no twitter.

Em um vídeo no youtube, de 8 de março, ele se referiu apenas às declarações de Paulo Roberto Costyaa e disse que nenhum delator o acusou diretamente. ;Você nunca leu que algum depoente disse que me deu dinheiro, que levei empresa pra Petrobras ou que eu participei de ações fraudulenta;, disse ele. Vaccarezza disse que as acusações seriam derrubadas e ele provaria sua inocência.

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