Um dia após a aprovação do Orçamento de 2015, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou para o Congresso Nacional para conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A conversa fluiu na forma como ele deve proceder para enviar os projetos para a Casa sem criar atritos com os parlamentares. Levy também demonstrou preocupação para a aprovação das medidas provisórias 664 e 665, que ainda não possuem comissão instaurada e que tratam das alterações nas regras de acesso aos benefícios da Previdência Social. A economia esperada por Levy com essas duas propostas é de R$ 18 bilhões e o governo encontra resistência na proposta dentro da própria base aliada.
;O ministro Joaquim Levy trouxe as suas preocupações acerca do que vai ser feito com relação não só as próprias medidas provisórias 664 e 665, mas também sobre o prazo e a forma de tramitar, a discussão do conteúdo, como vai se proceder também no caso do projeto das desonerações, ele vai mandar um projeto, de como vira. Fomos debater conteúdo e forma política de apresentação. Foi isso o que ele veio fazer;, disse Eduardo Cunha, nesta quarta-feira (18/3) ao fim do encontro.
Levy informou que enviará o novo projeto de urgência para apreciação da MP 669, nos próximos dias. A medida eleva as alíquotas das empresas que estão no regime de desoneração da folha e foi devolvida pelo presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL). Como resposta, o governo enviou um projeto de lei que deverá ser revisado.
O ministro da Fazenda disse que a conversa com Cunha ;foi boa;. ;Pudemos um pouco sobre as perspectivas econômicas, a situação até do ciclo do Brasil, a nova situação em que o país se encontra, um pouco dos desafios da Previdência Social. A importância de a gente preservar e proteger a Previdência, que é o financiamento de todas as aposentadorias;, disse.
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Levy contou que conversou com Cunha sobre a perspectiva da economia não só imediata, mas também de médio prazo. ;A gente está criando uma base fiscal que nos permita ter segurança nos próximos anos, de tal maneira que as pessoas tenham tranquilidade para querer investir;, afirmou. ;Acho que é muito importante quando a gente pensa uma agenda de crescimento, de desenvolvimento, para ter a solidez fiscal bem resolvida, não só para hoje, mas também a médio prazo. O país só cresce quando é bem resolvido fiscalmente;, emendou.
Na avaliação de Cunha, as visitas cada vez mais frequentes de Levy ao Congresso são muito ;muito positivas;. ;O ministro teve a percepção clara de que precisa discutir as propostas que ele quer apresentar, até para defendê-las e permitir que todos possam defendê-las. Ele tem que trazer o pensamento e as razões pelas quais está tomando cada medida para que todos que fazem parte do processo político sejam partícipes da solução;, explicou. ;Se todos que querem aprovar medidas fizessem desse jeito facilitaria muito, principalmente, se viessem antes das matérias serem oferecidas;, emendou.