O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou em plenário ; nesta quarta-feira (18/3) ; que foi comunicado da demissão do ministro da Educação, Cid Gomes. Cunha afirmou ter recebido a informação do ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante e fez anúncio na mesma tumultuada sessão em que Gomes atacou a base aliada. ;Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então ;larguem o osso;, saiam do governo, vão para a oposição;, disse o ministro em plenário.
Ao abandonar a sessão na Câmara dos Deputados, o ministro Cid Gomes afirmou que colocaria nas mãos da presidente Dilma Rousseff a decisão sobre mantê-lo no cargo. ;Eu estou ministro até o dia que a presidente Dilma desejar. Ela resolverá o que vai fazer. O lugar é dela e eu aceitei para servir porque acredito nela;, afirmou.
Questionado se pediria demissão, o ministro alegou que não poderia adiantar qualquer decisão por questões éticas. ;Se eu fosse pedir demissão, eu não poderia, por dever de ética, adiantar essa decisão. Seria uma descortesia a quem me convidou. Portanto não adianta insistir nesse tema que não vou responder;.
Cid Gomes expressou ainda que não desejou estar na sessão da Câmara. ;Eu fui convocado, não estava no meu desejo. Eu tinha vindo aqui à Câmara duas ou três vezes para conversar com deputados, para atendê-los. Eu comecei minha vida no parlamento e o respeito. Agora, infelizmente, fui convidado e agredido e, nessa condição, penso eu que estou liberado a me retirar do recinto;, disse, deixando a Câmara e seguindo ao Planalto.
"Quanto pior, melhor"
O ministro foi ao Congresso explicar declaração feita durante uma visita à Universidade Federal do Pará, quando afirmou que ;tem lá [no Congresso] uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas;. A visita estava agendada para quarta-feira passada, mas o ministro não pôde comparecer por estar internado no Hospital Sírio Libanês com suspeita de pneumonia.
Segundo Gomes, a frase foi dita em reunião a portas fechadas no gabiente da reitoria da universidade, em resposta a estudantes que contestavam medidas recentes do governo, como o corte de R$ 7 bilhões no orçamento da Educação e as restrições ao Fundo de Financiamento Estudantil. Ele explicou que tecnicamente, não havia corte, uma vez que o orçamento de 2015 ainda não havia sido votado pelo Legislativo. Os jovens afirmaram que se o governo quisesse, já havia aprovado, e ele respondeu com a frase.