Paulo Silva Pinto, Paulo de Tarso Lyra
postado em 21/03/2015 09:27
Em um evento montado em Porto Alegre à feição para aplaudi-la, a presidente Dilma Rousseff ouviu críticas do coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, sobre a condução da política econômica e a falta de humildade do titular da Fazenda, Joaquim Levy. No discurso, Dilma disse que ;ninguém tem de concordar com ninguém em tudo;, afirmou que a atual crise é passageira, colocou-se aberta ao diálogo e confirmou que terá de fazer cortes no orçamento para conseguir os 1,2% da meta de superávit primário. ;Assim que sancionado (o orçamento), nós vamos também fazer o contingenciamento do nosso, que será significativo. Não vai ser um pequeno contingenciamento;, alertou a presidente.
Dilma, que tem sido vaiada em suas aparições recentes ; ela enfrentou protestos na quinta-feira, em Goiânia ; estava diante de uma plateia formada por trabalhadores rurais e movimentos sociais. Partiu de um aliado, contudo ; o coordenador nacional do MST ; a crítica mais forte: ;Nenhum ministro aqui deve se sentir superior ao povo. Os ministros da senhora têm que ser mais humildes, como disseram na televisão. Se o orçamento tem problemas, por que o seu Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) não vem discutir conosco? Não basta querer acertar o orçamento da união apenas cortando no social;, retruco Stédile.
A presidente reconheceu que o dirigente do MST tem sugestões a fazer, mas respondeu à altura. ;Ninguém tem de concordar com ninguém em tudo, eu não estou aqui pedindo para concordarem com tudo que o governo faz, mas para entenderem o que nós queremos com um movimento como o de vocês, o que eu nós queremos? Nós queremos diálogo, muito diálogo;, disse ela, lembrando que ;dialogar é, necessariamente, uma posição de humildade;.
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