Jornal Correio Braziliense

Politica

Pequenas corrupções do dia a dia têm sido tema recorrente nos debates

Ao mesmo tempo em que cobra um país mais ético, parte da população tem dificuldade em acabar com os próprios desvios


O combate à corrupção tem aparecido como uma das principais bandeiras nesta novíssima história da República que os brasileiros começam a escrever. Se, por um lado, o pedido por honestidade toma as ruas desde a pressão pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, e, mais intensamente, a partir dos protestos de junho de 2013, por outro, cidadãos ainda encontram dificuldade em superar os próprios vícios. É raro encontrar alguém que nunca tenha cometido pequenos desvios de conduta no cotidiano, como os listados ao lado. Esses comportamentos não deslegitimam o grito contra a corrupção e estão longe de ser a origem dos roubos aos cofres públicos, mas também atropelam o interesse público e mostram que o problema vai além dos Três Poderes.

;A corrupção tem dois significados: algo que se quebra e se degrada. Ela quebra o princípio da confiança, que permite a cada um de nós nos associar para podermos viver em sociedade. Também degrada o que é público;, explica a historiadora Heloísa Starling, coautora do livro Corrupção ; ensaios e críticas. ;Quando você para em fila dupla, está degradando o sentido do público. Esses desvios de conduta são uma reiteração desse fenômeno complexo da corrupção;, completa.

;São pequenas corrupções em que o privado se sobrepõe ao público. A corrupção não se dá só na relação com o Estado, mas também com a sociedade;, acrescenta o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP) Renato Janine Ribeiro. O filósofo, entretanto, faz uma ressalva: ;A pequena corrupção não é a causa da grande corrupção. Não é porque a pessoa não aprendeu a ser honesta que ela rouba a Petrobras. É porque é bandida mesmo;.
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