Eduardo Militão
postado em 27/03/2015 10:08
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (27/3), o presidente do Conselho de Administração da Galvão Engenharia, Dario Galvão, e Guilherme Esteves, apontado como operador do estaleiro Jurong. O primeiro foi detido hoje em São Paulo, meses depois de o executivo da empreiteira Erton Medeiros confessar ter pago R$ 8,8 milhões em propinas para manter contratos na Petrobras, mas alegando ser vítima de extorsão. [SAIBAMAIS]Esteves foi preso no Rio de Janeiro, depois de o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmar que ele intermediava propinas para o Jurong vender sondas à petroleira por meio da Sete Brasil. A Sete Brasil tem negócios de US$ 89 bilhões pelos próximos 14 anos com a Petrobras para a construção de 29 sondas. Segundo Barusco, era cobrada uma propina de 0,9% a 1% nesses negócios, parte dela repassada ao PT, por meio do tesoureiro João Vaccari Neto, e ao ex-diretor de Engenharia da estatal Renato Duque.
A PF ainda cumpriu um mandado de busca e apreensão em São Paulo. A prisão preventiva, ao contrário da temporária, pode se estender por prazo indeterminado durante um processo. Dez policiais federais participam da ação, que começou às 6h. Os presos serão trazidos para a custódia da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Lá eles devem permanecer à disposição da Justiça Federal.
Vaccari tem negado participação nos crimes. Duque também. A Galvão Engenharia disse que fez os pagamentos de forma forçada e é vítima de um esquema de achaque promovido por funcionários da Petrobras. Guilherme Esteves não foi localizado pelo jornal nos últimos dias. Ele é alvo de um inquérito específico da Petrobras desde a deflagração da nona fase da Lava-Jato, em fevereiro.