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Responsável por Abreu e Lima nega ter recebido propina da Galvão Engenharia

Glauco Legati foi responsável pela construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, até novembro passado. Ele nega ter recebido qualquer pagamento ou saber da corrupção

postado em 31/03/2015 11:43
Responsável até novembro de 2014 pela implementação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, o ex-gerente da Petrobras Glauco Legati negou ter recebido qualquer propina par viabilizar contratos na obra da refinaria, destinada a se tornar uma das maiores do país. Legati também disse não ter conhecimento das irregularidades que ocorriam na Petrobras até a deflagração da operação Lava Jato, da Polícia Federal, em março passado. As declarações foram dadas durante depoimento de Legati na CPI da Petrobras instalada na Câmara, na manhã desta terça (31).

[SAIBAMAIS]Em depoimento homologado ontem (30) pela justiça, o lobista Shinko Nakandakari, que atuava em favor da empreiteira Galvão Engenharia, disse ter pago cerca de R$ 400 mil a Legati, em espécie, durante encontros em hotéis de São Paulo. Na delação, Nakandakari diz inclusive que os pagamentos em favor de Legati continuaram ao longo de 2014, inclusive depois de deflagrada a operação Lava Jato. ;Nego ter recebido qualquer centavo;, disse Legati.



O ex-gerente também detalhou os contratos firmados pela Petrobras com a Galvão Engenharia para a construção de Abreu e Lima, nas áreas de iluminação, escoamento de água e outras. E negou que a obra tenha sido superfaturada de alguma forma. ;Tudo que foi contratado foi executado;, disse.

Orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões, a refinaria de Abreu e Lima iniciou a produção de um de seus trens de refino no final do ano passado, depois de consumir cerca de US$ 18 bilhões. Apenas com aditivos, a obra de Pernambuco teria provocado um prejuízo para a Petrobras da ordem de R$ 943 milhões, de acordo com o Tribunal de Contas da União. Na semana passada, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse à CPI que que a estimativa inicial, de US$ 2,5 bilhões, era baixa demais. Uma estimativa inicial correta, segundo Foster, para o valor da refinaria, seria de US$ 14 bilhões.

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