Politica

Projeto de terceirização que deve ser votado hoje divide opiniões na Câmara

Mais cedo 600 sindicalistas protestaram na Esplanada dos Ministérios para pressionar os parlamentares para não aprovarem as mudanças

postado em 08/04/2015 15:27

Plenário discute projeto sobre a terceirização
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha afirmou que o Projeto de Lei 4330 de 2004, que amplia as possibilidades de contratação de mão de obra terceirizada no país será votado na sessão desta quarta-feira (8/4), nem que avance pela madrugada. Contudo, as alterações na lei dividem opinião dos deputados que participam da discussão.



[SAIBAMAIS]A deputada Erika Kokay (PT-DF) criticou a medida e disse que a mudança tiraria a responsabilidade solidária de quem contrata, que passa apenas a ter que fiscalizar o cumprimento das obrigações. ;O projeto diz que a atividade-fim da empresa pode ser exercida por outra empresa. Vamos permitir que haja um banco sem bancários. O projeto também acaba com a responsabilidade solidária do empregador;, criticou. Segundo ela, os trabalhadores terceirizados ganham 24% menos que os trabalhadores contratados diretamente, com carteira assinada.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que a proposta ;precariza; as relações de trabalho e não aumenta o número de empregos. Ele criticou ainda a repressão policial a manifestantes ontem no Congresso. ;O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) pôde entrar aqui para tratar desse projeto. Os trabalhadores, não;, reclamou.

Marcus Pestana (PSDB-MG) defendeu o projeto e disse que ele oferece segurança jurídica para os terceirizados, o que não acontece hoje. ;Esse projeto é uma grande contribuição para o capitalismo brasileiro, para a economia de mercado. Falar em senzala, casa grande é a vanguarda do atraso. O contratante tem a obrigação subsidiária de fiscalizar. Se não fizer isso vira responsável solidário". Laercio Oliveira (SD-SE) também defendeu o projeto. ;Há nesse Plenário um grande desconhecimento do que seja a terceirização no Brasil. Em nenhum momento o projeto prejudica os trabalhadores. As pessoas de baixa renda não teriam outra oportunidade de emprego hoje não fosse a terceirização;, disse.

Protesto
A nova manifestação de sindicalistas que tomou a Esplanada na manhã desta quarta-feira (8/4) terminou no início da tarde. Convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao menos 600 manifestantes pressionaram os parlamentares para não aprovarem o Projeto de Lei. Ontem, a manifestação na Esplanada terminou com quatro detidos e oito feridos. Dois mil manifestantes estiveram no local.


O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou hoje (8/4) a entrada de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Câmara dos Deputados para assistir à votação do Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que regulamenta a terceirização de serviços.

Com informações da Agência Brasil.

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