postado em 08/04/2015 19:03
As atuais investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas a desvios de dinheiro público somam R$ 19 bilhões, informou o órgão nessa quarta-feira (8/4) . Não estão inclusos nestes valores, no entanto, os montantes investigados pela Operação Zelotes, deflagrada no início deste ano para investigar um suposto esquema de fraude na Receita Federal e que, sozinha, chegaria próximo a este valor, e nem os números da Operação Lava-Jato, que, por sua origem como investigação em um esquema de lavagem de dinheiro por doleiros, foi categorizada como crime financeiro.Os dados foram apresentados durante coletiva da PF sobre a evolução das operações especiais da corporação durante o ano passado, que envolvem crimes como desvios de recursos públicos, crimes financeiros e operações contra o tráfico de drogas. De acordo com a instituição, foram realizadas um total de 390 operações em 2014 ; aumento de quase 30% em relação às 303 operações deflagradas em 2013 ; durante as quais constatou-se um prejuízo de 6,8 bilhões ao erário por conta da ação de criminosos. Além disso, foram apreendidos 3,3 bilhões de reais em bens que serão leiloados e revertidos aos cofres da União.
Apenas em relação às operações envolvendo desvios de recursos públicos, foram deflagradas 56 operações em 2014, duas a menos em 2013, o que interrompeu uma trajetória de sete anos no crescimento do número de operações. O panorama geral de crescimento do número de operações, no entanto, animou o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. ;Durante muito tempo, grande parte dos crimes de corrupção no país eram tratados como crimes perfeitos, porque não eram investigados. Com a capacitação da Polícia Federal, além da conseção de uma maior autonomia que não havia no passado, o que era crime perfeito passou a ser crime descoberto;, discursou.
Política
Durante a coletiva, Cardozo também foi questionado sobre o pedido de convocação como testemunha de defesa pelos advogados da empreiteira OAS, envolvida na operação Lava-Jato. O ministro afirmou estar ;surpreso; com a convocação, mas disse que ;irá responder a todas as perguntas caso seja convocado pelas autoridades judiciárias;.
Em relação ao pleito de delegados da própria Polícia Federal, que pedem a aprovação da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 412/2009, cujo texto garantiria a autonomia administrativa e orçamentária da Polícia Federal em relação ao Ministério da Justiça, o ministro declarou que ;a instituição sempre gozou de autonomia administrtiva durante este governo;, mas afirmou que a questão das atribuições orçamentárias ;foi definida pela Constituição de 1988, e que, para alterá-las, não poderia poderia tratá-la como uma questão pontual, mas como uma visão de modelo de estado, já que várias outras instituições fazem requisições semelhantes;.