Politica

Graças a liminar, Vaccari está dispensado de dizer a verdade em CPI

O tesoureiro do PT não terá que depor na condição de testemunha nem assinar termo de compromisso na CPI da Petrobras. Na prática, escapará de ser preso caso minta aos parlamentares

postado em 09/04/2015 07:35
A defesa do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, obteve, na noite de ontem, um habeas corpus do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante ao petista o direito de não assinar o termo de compromisso que o obrigaria a dizer a verdade hoje, em depoimento na CPI da Petrobras. Entre outras garantias, Vaccari terá permissão para depor acompanhado do advogado, com quem poderá se comunicar durante o depoimento.

O tesoureiro ainda poderá invocar o direito constitucional de permanecer calado para não produzir provas contra si mesmo. No pedido, a defesa de Vaccari alega que ele, por já ser investigado em processo com o mesmo teor, não poderia ser constrangido a falar na condição de testemunha na comissão da Câmara. Nesse caso, ele poderia ser preso caso mentisse aos congressistas.

O depoimento deve centralizar as atenções ao longo do dia na Câmara dos Deputados. A partir das 9h30, Vaccari fala aos parlamentares na CPI instalada na Casa para apurar o esquema de corrupção na Petrobras desmantelado pela Operação Lava-Jato. Será a primeira vez que o dirigente petista participará de sessão do colegiado.



O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE), acredita que o depoimento ;certamente não será o último; de Vaccari à CPI. ;Se a Graça (Foster, ex-presidente da Petrobras), que não tinha uma acusação direta contra ela, veio ao Congresso várias vezes, quem dirá Vaccari;, disse.

Acareação
O deputado também informou que, a depender do teor das explicações de Vaccari, ele pode ser convocado para participar de uma acareação com delatores e outros suspeitos da Lava-Jato, como o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Em depoimento à Justiça Federal de Curitiba, Barusco disse ter entregado cerca de US$ 200 milhões em propina ao PT. Parte desse montante teria passado pelas mãos de Vaccari. ;Há proposta nesse sentido (de acareação entre Vaccari e delatores da Lava-Jato). Acho que é uma derivação natural do depoimento dele, porque eles se contradizem. E, evidentemente, vai ser preciso um esclarecimento sobre quem faltou com a verdade, se são as acusações de Barusco ou a defesa dele;, disse Mendonça Filho.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação