Politica

Lava-Jato: empresas relacionadas a André Vargas obtiveram R$ 218 milhões

Agência de publicidade e companhia de tecnologia - suspeitas de serem usadas para lavar dinheiro de André Vargas - obtiveram maiores contratos com Caixa, Ministério da Saúde, Serpro e BR Distribuidora

Eduardo Militão
postado em 12/04/2015 08:09
Seis presos na 11ª etapa da Operação Lava-Jato fizeram ontem exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. O procedimento é praxe em caso de prisão. Passaram pelo exame André Vargas; e seu irmão Leon Vargas; o ex-deputado Luiz Argôlo; e sua funcionária Elia Santos da Hora; Ivan Torres, apontado como %u201Claranja%u201D do ex-deputado Pedro Corrêa; e Ricardo Hoffmann, ex-diretor da Borghi/Lowe. Corrêa não passou pelo procedimento porque ainda será transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba.

Empresas relacionadas pelo Ministério Público ao ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) obtiveram pelo menos R$ 218 milhões em contratos com órgãos federais nos últimos cinco anos, segundo levantamento do Correio. Nesse período, a Caixa Econômica Federal e o Serviço Federal de Processamentos de Dados (Serpro) fizeram os maiores repasses. Vargas, ex-secretário de comunicação do PT, foi preso na sexta-feira, na 11; fase da Operação Lava-Jato.

A empresa de tecnologia da informação IT7 Sistemas e a agência de publicidade Borghi/Lowe foram usadas, de acordo com a Polícia Federal e o MP, para injetar dinheiro em contas bancárias ligadas a André Vargas. As investigações apontam que a Borghi/Lowe repassou 10% de valores recebidos em contratos com a Caixa e o Ministério da Saúde para empresas de fachada controladas por Vargas e seu irmão Leon Vargas, também preso na sexta-feira.

No caso da IT7, R$ 2,3 milhões em notas frias foram emitidos para a contadora Meire Poza. Ela disse que o dinheiro chegou às mãos dos irmãos Vargas. De acordo com relatório da Receita Federal, os principais clientes da IT7 incluem órgãos públicos e estatais, ;destacando a Caixa Econômica Federal e o Serviço Federal de Processamento de Dados, além de Celepar, CCEE, Sefaz/PR e Companhia de Eletricidade do Acre;. Em 2013, a receita da empresa foi de R$ 77 milhões, sendo R$ 50 milhões apenas da Caixa. No Serpro, ela obteve praticamente o mesmo valor, R$ 52 milhões, mas entre 2010 e 2015.

Já a Borghi recebeu R$ 112,8 milhões do Ministério da Saúde. Também fechou em 2013 um contrato de R$ 80 milhões da BR Distribuidora, da Petrobras. Esse valor não entrou no cálculo do levantamento do Correio porque a verba é dividida entre a Borghi e outra agência de publicidade.

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