O ex ministro da Saúde Alexandre Padilha admitiu ter recebido o ex-deputado André Vargas para tratar do laboratório Labogen. No entanto, o ministro da Saúde Arthur Chioro afirmou, nesta segunda-feira (13/4), que não há nenhum registro do encontro em agenda oficial do ministério. Ele ainda informou que não é usual a reunião para tratar de parcerias fora da agenda, e reforçou que nao pratica essa ação.
Segundo o doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato, Padilha teve um encontro no apartamento de Vargas com ele e o ex deputado Cândido Vacareza. Apesar de o ministério considerar o caso Labogen "encerrado", Vargas foi preso na sexta-feira passada (10/4) sob suspeita de intermediar negociação que não teria êxito se nao fosse a atuação do então parlamentar.
A parceria com o Labogen foi cancelada pelo ministério da Saúde depois que a Lava Jato foi deflagrada, em 17 de março de 2014. Arthur Chioro negou que o órgão tivesse sonegado quaisquer informações sobre as reuniões de Padilha com Vargas. Ele disse que a pasta enviou as informações oficiais disponíveis.
De acordo com a Polícia Federal, parte dos contratos do ministério com a Agência Borghi Lowe foi parar em empresas ligadas a Vargas. O ministro afirmou que nao há indícios de envolvimento de servidores nessa suspeita. Entretanto, determinou a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Segundo Chioro, a Borghi recebeu R$ 126 milhoes entre 2011 e 2014. No entanto, apenas R$ 2,6 mi foram repassados a empresas terceirzadas que, de acordo com a PF, irrigaram os cofres das firmas de Vargas.