O deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) pediu, nesta terça-feira (14/4), desfiliação do Partido Progressista para investir na candidatura à presidência de 2018. A solicitação, feita em Convenção do Partido Progressista com a presença do presidente, Ciro Nogueira, ainda não foi aceita. No entanto, Bolsonaro garantiu que não haverá reeleição via PP, independente do que for decidido.
Autor de recorrentes ataques à união homoafetiva e de declarações polêmicas em defesa da volta da ditadura militar, Bolsonaro afirmou cultivar "o sonho" de participar das próximas eleições para presidente ou senador do país, e que não vê futuro no partido onde se encontra. "Ainda não sei se serei liberado, mas minha vontade é irreversível. Quero fazer a diferença e seguir o meu sonho de melhorar o país", declarou.
"Bem quisto e simpático"
De acordo com Bolsonaro, alguns partidos como o PRTB e o PTC já mostraram interesse em representá-lo. "Eu não tenho isso definido. A única certeza é que eu pretendo me ligar a um partido que vá de acordo com meus ideais, porque tenho posicionamentos fortes", explicou.
Bolsonaro se considera "um parlamentar bem quisto e simpático" ; cita como evidência a boa recepção entre manifestantes no protesto contra o governo Dilma, em São Paulo. Ele destacou que, principalmente para eleitores de direita e evangélicos, ele terá propostas contra a violência e contra políticas públicas como o Pronatec, Brasil Carinhoso e Bolsa Família, além de redefinir medidas acerca da discusão sobre a homossexualidade no país, como o kit anti-homofobia distribuído em escolas públicas, que ele chama de "kit-gay".
Presidente do PRTB, Levy Fidelix publicou nota abrindo os braços para o colega. Disse que o deputado será muito bem-vindo ao partido e ainda ressaltou que a legenda tem como principais características a defesa da família e da pátria. "Tanto ele quanto seus filhos são homens corretos, íntegros e honestos e suas posições políticas e pessoais visam sempre o bem estar da família tradicional brasileira", acrescentou.
Multa de R$ 150 mil
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou Bolsonaro a pagar R$ 150 mil por conta de declarações homofóbicas feitas no programa CQC, da TV Bandeirantes, exibido em março de 2011. O deputado afirmou, durante o programa, que nunca cogitou ter um filho gay, porque seus filhos tiveram uma "boa educação", com um pai presente. "Então, não corro esse risco;. A decisão, publicada no site do tribunal na última segunda-feira (13/4), é da juíza Luciana Santos Teixeira, da 6; Vara Cível do Fórum de Madureira.