Naira Trindade
postado em 16/04/2015 16:36
Pela segunda vez seguida, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofre revés na Câmara. Após perder a batalha na tentativa de aprovar a proposta sobre terceirização na noite dessa quarta-feira (15/4), Cunha acabou derrotado novamente nesta quinta-feira (16/4) depois de o governo barrar o avanço da matéria que trata da redução para 20 ministérios no governo federal na Comissão de Constituição e Justiça. A análise fica para a próxima quarta-feira.A base do governo, que é contrária a proposta, tentou impedir a análise da matéria apresentando requerimentos protelatórios para a obstrução. Para o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), a PEC invade a competência do executivo. ;Há uma divergência profunda. Esta PEC é um estrupício, invade a competência privativa do Executivo. E vamos construir maioria para derrubá-la. Essa PEC é uma excrescência. Virou disputa política e a CCJ não pode servir a esse papel;, afirmou Guimarães.
Ex-líder, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também rebateu a matéria. ;É um argumento risível, insustentável. Essa PEC iria eliminar apenas uns 50 cargos, porque toda a estrutura restante será absorvida por outro ministério;, disse Teixeira. Ele ainda ressalta a proposta é inconstitucional. ;A PEC é inconstitucional porque confronta a separação dos poderes, invade a órbita de regulamentação do Poder Executivo;.
De autoria do presidente Eduardo Cunha, a PEC reduz de 38 para 20 o número de ministérios, sem determinar quais deles seriam cortados. Ocupante de sete ministérios, o próprio PMDB ; que defende a proposta ; poderá perder cargos. Em momento de crise, o PMDB e a oposição se agarram na bandeira de enxugar a máquina para cortar gastos.