postado em 28/04/2015 17:24
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) insinuou nesta terça (28/4) que pode ter havido fraude em requerimentos apresentados em 2011 na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara. Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que Cunha teria criado os pedidos de informação para pressionar a empresa Mitsui - que estaria criando dificuldades para o pagamento de propinas no esquema criminoso montado na Petrobras. Mesmo tendo sido formalmente apresentados por aliados de Cunha, o nome do parlamentar aparece como ;autor; dos documentos, no sistema oficial da Câmara, conforme revelado pela edição de hoje da ;Folha de S. Paulo;.
Segundo Cunha, o documento que embasou a reportagem da Folha teria sido criado 30 dias depois dos requerimentos terem sido protocolados, em julho de 2011, pelos deputados Sérgio de Brito (PSC-BA) e pela ex-deputada Solange de Almeida (PMDB-RJ). O presidente da Casa disse que instaurará uma investigação para determinar se houve fraude nos requerimentos.
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;O documento que foi usado como base na matéria da Folha de S. Paulo, ele curiosamente, a data dele é de 30 dias depois do requerimento da deputada Solange. Ela apresentou em 11 de julho, e documento do Word (Microsoft Word) é de 10 de agosto;, disse Cunha. ;Estou determinando uma rigorosa investigação dentro dessa área de TI (da Câmara) para verificar o que está ocorrendo, pelas suspeitas de qualquer tipo de manipulação;, comentou Cunha. Ele também determinou o afastamento do diretor do Centro de Informática da Câmara (CENIN), Luiz Antônio Souza da Eira, mas disse que o afastamento não tem relação com a suposta fraude.
;Tem quinhentos documentos de Word lá. Nenhum tem o nome do parlamentar, só os meus têm o nome. Os outros não tem. Estranhamente, na semana passada eu determinei um aumento da carga horária na área de TI. E essa mudança provocou uma revolta;, disse Cunha, insinuando que funcionários da área podem ter trabalhado para prejudicá-lo.
Esta é a segunda vez que Cunha afasta servidores de carreira da Câmara de cargos de direção depois do suposto vazamento de informações. No começo de março, o engenheiro Maurício da Silva Matta foi afastado da chefia do Departamento Técnico da Câmara após liberar informações sobre os planos da Mesa de construir um shopping na área da Câmara.