Politica

Cunha alimenta sonho presidencial, mas vê resistência no próprio partido

Citado na Operação Lava-Jato e envolvido em polêmicas ao longo da carreira, o evangélico alimenta a pretensão de disputar o Executivo federal

Naira Trindade
postado em 04/05/2015 06:00
Nas últimas semanas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), empreendeu uma corrida aos estados, levando temas em debate na Casa para serem tratados pela sociedade. No projeto, chamado de Câmara Itinerante, o deputado circulou por capitais das cinco regiões do país e, embora tenha sido alvo de protesto em diversas ocasiões, a publicidade o ajudou a se tornar conhecido em outras praças além do Rio de Janeiro e de Brasília. Mas, na avaliação de cientistas políticos e até de parlamentares que conhecem bem o peemedebista, o roteiro tem uma espécie de ;agenda secreta;, cujo destino final seria o desembarque no Planalto. O próprio Cunha já anunciou o sonho de disputar a Presidência da República, apesar de uma série de fatores que pesam contra ele, como a citação na Operação Lava-Jato (veja quadro). Além disso, o deputado não é unanimidade dentro do próprio partido e, por ter forte ligação com a igreja evangélica, encontra resistência de setores menos conservadores da sociedade.

[SAIBAMAIS];Ele quer criar condições para que, havendo uma janela de oportunidade, já tenha feito o dever de casa;, acredita o doutor em ciências políticas pela Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto. ;A grande oportunidade que se coloca para ele é ocupar um espaço em que o país vive um vácuo de poder. As pessoas até toleram um mau governo, mas não toleram ausência de governo;, pontuou o especialista.

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Barreto avalia ainda que Cunha impôs uma agenda forte diante de um ;momento de fragilização do Planalto e de debilidade da autoridade presidencial;, que tem assegurado repercussão às decisões do peemedebista. ;Essa caminhada pelos estados não só tem a questão de divulgação do nome dele, mas o fato de fazer alianças. Ele não vai divulgar esse objetivo agora, porque ainda não é o momento, mas, se a janela abrir lá na frente, vai ter feito o dever de casa.;

Cunha anunciou que apoiará o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), em uma possível candidatura do partido à Presidência em 2018. Porém, nunca descartou o interesse em disputar a principal cadeira do país. Questionado se desejava a Presidência, na primeira visita itinerante, respondeu com uma passagem bíblica: ;Para cada dia, sua agonia. Eu vivo uma agonia de cada vez;, esquivou-se.

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