postado em 04/05/2015 08:35
A Justiça Federal em Curitiba começa a ouvir, nesta semana, dirigentes e funcionários de seis das 16 empreiteiras apontadas como integrantes de cartel de contratos da Petrobras. Serão interrogados, pelo juiz Sérgio Moro, representantes da Camargo Corrêa, da Engevix, da Galvão Engenharia, da Mendes Júnior, da OAS e da UTC. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu transferir da cadeia para prisão domiciliar nove empreiteiros denunciados no esquema de corrupção e desvio de recursos da estatal. Votaram a favor da decisão os ministros Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A expectativa é de que ao menos cinco desses empreiteiros sejam ouvidos esta semana.[SAIBAMAIS]Os executivos foram presos em novembro do ano passado, por determinação de Moro, com base em acusações colhidas em depoimentos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo eles, os executivos pagavam propina a ex-diretores da estatal em troca de contratos para construção de obras. A expectativa é de que, em junho, sejam expedidas as sentenças nas ações penais que têm os executivos como réus.
No caso dos parlamentares, o julgamento está menos avançado. O ministro do STF Teori Zavascki prorrogou, na última quinta-feira, por mais 60 dias, os inquéritos da Polícia Federal relativos a políticos citados na Operação Lava-Jato. Dos 48 investigados, 35 deputados e senadores serão julgados pelo Supremo por terem foro privilegiado. Zavascki declarou que não vai interferir judicialmente na condução da investigação. Ele negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que os delegados informem o andamento da investigação passo a passo.
CPI
Na Câmara dos Deputados, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Petrobras ouve, amanhã, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Em depoimento à Justiça na última terça-feira, Costa admitiu ter recebido propina de empreiteiras mesmo após sair da empresa. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, devido a benefício concedido no acordo de delação premiada. Em encontro com o juiz Sérgio Moro, integrantes da CPI pediram as informações reunidas pela Justiça para colaborar com os trabalhos da comissão. O juiz deferiu o pedido e os parlamentares terão acesso aos dados sigilosos da investigação.