Politica

Indicado para o STF, Fachin faz romaria a gabinetes de senadores

Ele é questionado pela atuação como advogado e por proximidade com CUT e MST. Oposição pretende endurecer os questionamentos

Naira Trindade
postado em 06/05/2015 09:42
Na reta final para a sabatina à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Luiz Edson Fachin intensificou o périplo a gabinetes de senadores para tentar garantir a aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira. A exemplo da semana passada, a oposição pretende endurecer os questionamentos sobre pontos considerados conflituosos no currículo do jurista.

Acompanhado da mulher, Luiz Edson Fachin já visitou ao menos 50 dos 81 senadores nas últimas semana

Para se explicar, Fachin já se antecipa e, com um portfólio nas mãos, acompanhado da mulher, a desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, Rosana, e de assessores, tenta desconstruir a imagem de esquerdista levantada por parlamentares na última sessão na comissão. Apresentado, na maioria das visitas, pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), o jurista já percorreu pelo menos 50 dos 81 gabinetes da Casa.

Nas visitas, Fachin esclarece a denúncia de que advogou enquanto exercia a atividade de procurador, e também explica o fato de ter pedido votos para a presidente Dilma Rousseff em 2010. Outros pontos controversos são a proximidade com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as ligações históricas com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Fachin, no entanto, nega relações tanto com o MST quanto com a CUT.



No início da romaria, que começou logo após ser indicado à vaga pela presidente Dilma Rousseff, há três semanas, o advogado deu preferência ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois, visitou integrantes da CCJ e líderes, e pretende concluir a caminhada aos 81 gabinetes antes da semana que vem. Na agenda, tenta encaixar pelo menos quatro senadores por dia, em visitas intercaladas a cada 30 minutos.

Em alguns gabinetes de peemedebistas, o jurista passou duas vezes. Na semana passada, ganhou o apoio de parte dos que antes se mostravam contrários à indicação, graças a articulações políticas no Paraná. A liderança do PMDB vai deixar os senadores livres para sabatinar Fachin, sem orientação de bancada.

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