O governo terá dificuldade para conseguir aprovar as medidas provisórias de ajuste fiscal. Apesar de, a duras penas, os parlamentares do PT terem realizado uma nova reunião de bancada e anunciado apoio à aprovação das duas MPs, outros partidos aliados não fizeram o mesmo. Os deputados maiores partidos da base aliada ; PMDB, PTB e PP, por exemplo ; estão liberados para a votação de hoje da MP 665, que endurece o acesso ao seguro-desemprego, nesta quarta-feira (6/5) no Plenário da Câmara dos Deputados.
Além da MP 665, o governo precisa de urgência para a aprovar a MP 664, que muda as regras de acesso às pensões da Previdência Social, aprovada ontem na Comissão Especial Mista, e que deveria ser votada hoje, mas deverá ficar para amanhã. Essas duas medidas previam uma redução de R$ 18 bilhões nos custos da União este ano, no entanto, as alterações sofridas nos textos devem encolher esse corte pela metade.
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A sessão extraordinária para a votação da MP 665 na Câmara estava marcada para as 12h, mas começou com pouco mais de duas horas de atraso. Logo no início o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), iniciou a votação do primeiro requerimento para a retirada do texto da pauta. O deputado Paulinho da Força (SD-SP) informou que o objetivo hoje é obstruir ao máximo a votação. ;Temos vários requerimentos para retirarmos a medida da pauta;, disse.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), foi à tribuna conclamar os deputados. ;O partido fechou a questão e estamos pedindo apoio para votar ainda até amanhã a MP 664, no turno da manhã. Só espero aqui compreensão de que temos a vitória da MP 665;, avisou.
Entre bate-boca e vaias das pessoas que estavam nas galerias a sessão estava ganhando corpo e foi ficando tensa e Cunha ameaçou mandar o esvaziamento da galeria a sessão se o barulho não diminuísse, para iniciar a votação do primeiro requerimento, recusado por 229 votos contra 180 a favor do pedido de retirada de pauta feito pelo DEM.
Mesmo assim, a oposição está otimista com um novo adiamento da votação. Ontem, o texto da MP 665 foi retirado da pauta devido à falta de consenso na base aliada. ;Os governistas continuam divididos. Essa votação vai demorar;, apostou o deputado Antonio Imbassahy (PSBD-BA), ex-líder do partido na Câmara.