Politica

Indicado ao STF recebeu para defender o estado do qual já era procurador

Luiz Edson Fachin era advogado da Companhia Paranaense de Energia em 2004 e, como procurador do estado, já recebia salário para defender os interesses do Paraná

postado em 08/05/2015 18:32
Indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Luiz Edson Fachin, que será sabatinado no Senado na próxima terça-feira (12/5), recebeu como advogado privado da Companhia Paranaense de Energia (Copel) para defender a empresa e emitir pareceres técnicos, cujo sócio majoritário é o Estado do Paraná. O conflito é que, na época, em 2004, Fachin era procurador do Estado e já recebia salário justamente para isso. A assessoria de imprensa do advogado não informou quanto o governo do Paraná repassou ao escritório de Fachin e nem o período em que ele atuou na causa. Limitou-se a informar que ele prestou serviço para a Copel.

Leia mais notícias em Política

O caso em questão refere-se a uma arbitragem internacional na Câmara Arbitral de Paris. A multinacional norte-americana El Paso, que era parceira da Copel na Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEG), havia entrado com um ação de indenização contra a estatal. Na época, o governador, Roberto Requião (PMDB-PR), entendeu que a norte-americana estava agindo de encontro aos interesses do governo do Paraná em razão de contratos considerados fraudulentos. Com pareceres técnicos elaborados por Fachin, o Estado acabou pagando aproximadamente US$ 190 milhões para a El Paso e obteve o controle da usina em questão.

A Copel informou, por meio da assessoria de imprensa, que é uma empresa de economia mista. O governo do Paraná tem a maioria das ações. A Copel também não informou quanto foi pago na época ao escritório de Luiz Edson Fachin.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação