postado em 11/05/2015 09:12
O governo pretende aproveitar a ausência de tucanos ilustres esta semana no Senado para tentar aprovar sem muita oposição o nome do jurista Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF). A sabatina do advogado na Comissão de Constituição e Justiça está marcada para amanhã, quando o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e os senadores Aloizio Nunes Ferreira e José Serra estarão em Nova York, para prestigiar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Fernando Henrique foi eleito personalidade do ano pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, juntamente com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton.
[SAIBAMAIS]A ideia do governo em acelerar a nomeação de Fachin tem lá sua razão de ser. A indicação do jurista para o STF enfrenta dificuldades que vão além da simples guerra política entre governo e oposição. No último sábado, o Correio mostrou que Fachin advogou para a Companhia de Energia do Paraná (Copel) enquanto procurador do Estado, cuja função é defender o governo paranaense. Embora a Copel esteja classificada como uma sociedade de economia mista, o estado tem a maioria das ações. Em resposta ao Correio, Fachin se limitou a dizer que havia trabalhado para a empresa.
Na última semana, o parecer do Senado que apresentou Fachin exercendo a advocacia ao mesmo tempo em que era procurador do estado foi visto como um problema para sua indicação ao STF. Para completar, os embates políticos tendem a respingar na indicação do jurista, uma vez que é de praxe os políticos usarem votações sem reflexos na economia para impor derrotas ao governo e mandar mensagens ao Planalto. Foi assim, por exemplo, na indicação de Bernardo Figueiredo para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que terminou por levar a presidente Dilma Rousseff a tirar Romero Jucá (PMDB-RR) do cargo de líder do governo na Casa.
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