Paulo de Tarso Lyra
postado em 13/05/2015 09:01
Depois de demonstrar fraqueza ao liberar cargos para partidos da base que não votaram integralmente com o governo na análise da Medida Provisória 665 ; mesmo após a ameaça de punir os dissidentes ;, o Planalto vai abrir mão de um compromisso de campanha para assegurar a pressa na análise das medidas do ajuste fiscal. O Executivo confirmou a retirada da urgência constitucional do pacote anticorrupção enviado ao Congresso para evitar empecilhos à votação do projeto que altera as alíquotas que incidem sobre a folha de pagamentos.;O governo prefere trocar uma pauta boa para a sociedade, que é a discussão contra a corrupção, por outro projeto que aumenta a carga de impostos sobre os brasileiros;, criticou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP). ;Se o governo realmente fizer isso, será péssimo. Estão tirando todas as possibilidades de apresentarmos uma pauta positiva;, reclamou um petista, inconformado com a ideia de adiar a análise do pacote. ;Vamos votar, para ganhar ou para perder;, defendeu outro petista.
[SAIBAMAIS]Articuladores do Planalto explicaram que o projeto que aumenta as alíquotas que incidem sobre a folha de pagamentos precisa ser votado com celeridade, tanto na Câmara quanto no Senado, para entrar em aplicação ainda este ano. Por ser uma matéria de natureza tributária, precisa da noventena (prazo de noventa dias) para ser aplicada a partir da aprovação do projeto no Congresso. ;É um sinal importante para o mercado;, justificou o aliado da presidente.
;Depois que votarmos a desoneração da folha, podemos recolocar a urgência constitucional no pacote anticorrupção;, minimizou um dos vice-líderes do governo na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). ;Se o governo souber expor corretamente as necessidades mais urgentes, não vejo isso como um problema. Depois, poderemos discutir, com mais calma, uma matéria complexa que envolve a luta contra a corrupção;, completou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE).
O pacote anticorrupção foi uma das bandeiras da presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral, em uma tentativa dela e do PT em contrapor-se às denúncias de corrupção na Petrobras. Tão logo assumiu o cargo, Dilma vislumbrou a possibilidade de apresentar o pacote como uma agenda positiva. Mas, desde a sua gênese, o projeto deu mais dores de cabeça do que efeitos benéficos à imagem presidencial.
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