A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras deve pedir a exumação do corpo do ex-deputado José Janene. O parlamentar foi apontado em depoimento pelo doleiro Alberto Youssef como o operador do PP no esquema de desvio de dinheiro e pagamento de propina envolvendo a Petrobras.
Antes da reunião que colheu os depoimentos do presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini, e do diretor da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-RJ), disse que foi procurado pela viúva do parlamentar, Stael Fernanda Janene, que teria dito que Janene não morreu e que fugiu para escapar das condenações da Ação Penal 470, o processo do mensalão, do esquema investigado pela Operação Lava-Jato e de outros processos.
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;A própria viúva não tem certeza se o senhor Janene morreu. O caixão apareceu lacrado e ninguém o teria visto morto;, disse Motta, que anunciou a intenção de exumar o corpo de Janene. "Eu vou protocolar o requerimento, pois me comprometi com essa exumação".
A informação causou tumulto entre os integrantes da comissão. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que a exumação iria causar um desvio nas investigações da CPI. ;Não podemos agora querer colocar um bode na sala com essa exumação;, disse.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) propôs que, antes de se fazer a exumação, fosse criada uma comissão de deputados para falar com a viúva Stael e colher mais informações. Como não houve consenso, antes de decidir pela exumação, a CPI vai analisar o requerimento que convoca a vuíva.
Réu no processo do mensalão, Janene que morreu de infarto em 14 de setembro de 2010, foi acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Presidente do PP à época, ele teria recebido R$ 4,1 milhões.