Politica

Publicação de biografias não autorizadas entra na pauta do STF nesta semana

Ação direta de inconstitucionalidade foi impetrada pela Associação Nacional de Editores de Livros (Anel), em 2012

postado em 08/06/2015 10:11
Um dos temas de grande controvérsia para artistas e escritores em 2013 e no ano passado voltará à tona nesta semana. A discussão sobre a publicação de biografias não autorizadas ganhará nova edição a partir desta quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) analisará uma ação proposta na Corte. Trata-se de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Associação Nacional de Editores de Livros (Anel), em 2012, para derrubar o impedimento de publicação de obras sem a autorização prévia do biografado. O STF marcou para o dia 10 a votação do processo.

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[SAIBAMAIS]O objetivo da Anel é impedir liminares que mandam suspender a veiculação de livros sem autorização prévia e liberá-las de vez. Em jogo na ação há dois princípios fundamentais da Constituição: a liberdade de expressão e o direito individual à privacidade. A associação questiona os artigos 20 e 21 do Código Civil, por meio do qual juízes se baseiam para impedir as biografias não-autorizadas. O artigo 20 diz que pode ser proibida a utilização da imagem ou outra forma de exposição da pessoa ;salvo se autorizadas;. Já o outro artigo do código afirma que ;a vida privada da pessoa natural é inviolável;.

Em 2013 e uma parte do ano passado, o assunto deixou em lados opostos personalidades do país. Por meio da associação Procure Saber, coordenada por Paula Lavigne, diversos artistas se manifestaram contrariamente à publicação das biografias não autorizadas, como os cantores Djavan, Chico Buarque e Caetano Veloso. Procurada, a assessoria de Caetano, que faz parte da associação, afirmou que este não é mais um assunto tratado pela Procure Saber.



Uma das vozes mais ferrenhas contrárias à publicação das biografias sem autorização, o cantor Roberto Carlos deixou a Procure Saber em 2013 após receber uma enxurrada de críticas e abriu o Instituto Amigo para se manifestar sobre o assunto. O compositor é o responsável por mover uma ação e impedir a publicação de um livro sobre ele feito pelo jornalista Paulo César Araújo, chamado Roberto Carlos em detalhes, em 2007.

Na última semana, a defesa do cantor ganhou o direito de participar do julgamento sobre a ação, relatada pela ministra Cármen Lúcia, na próxima quarta. Cármen acolheu o pedido de Roberto de se tornar ;amicus curiae;, parte interessada do processo, na ação. Dessa forma, advogados dele podem enviar pareceres ao STF ou se pronunciarem no dia do julgamento.

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