postado em 15/06/2015 06:02
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), insinuou ontem o fim da aliança com o PT. Segundo ele, o PMDB ;está cansado de ser agredido constantemente;. ;Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso o fim da aliança. E não sei se num congresso do PMDB terão a mesma sorte;, escreveu Cunha. A referência é ao 5; congresso do PT, que se encerrou no último sábado, em Salvador. Correntes minoritárias do PT apresentaram a sugestão de rompimento da aliança com os peemedebistas, que acabou rejeitada. O próprio presidente da Câmara foi alvo de críticas, inclusive com direito ao refrão ;Fora, Cunha!” sendo gritado por militantes.
[SAIBAMAIS]Cunha também atacou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Na capital baiana, Zarattini caracterizou Cunha como um ;oportunista de ocasião;. ;Tivemos uma política de 12 anos vitoriosa. Não é porque agora um oportunista de ocasião, como surgiram muitos na história, conseguiu se alçar à Presidência da Câmara, que vamos mudar a política por conta dessas pessoas;, disse ele. Cunha criticou a mudança de postura de Zarattini em relação ao fator previdenciário, durante a votação da Medida Provisória n; 664 do ajuste fiscal. Na ocasião, Zarattini acabou apoiando em plenário a emenda que flexibilizava as regras do fator, depois de excluí-la do relatório da MP, elaborado por ele. ;Ele rejeitou a emenda (no relatório), e, no plenário, votou a favor. E acabou tendo de deixar a vice-liderança do governo. Quem é então o oportunista de ocasião?;, disse.
;No momento, temos compromisso com o país e a estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter à humilhação do PT. E realmente ficaria preocupado se eles me aplaudissem, porque seria sinal que eu faria tudo errado;, escreveu Cunha. ;E mais uma vez agradeço as hostilidades. Se estão com raiva da pauta (de votações), busquem debater e convencer das suas posições, em vez de agredir. Aliás, as críticas que recebo porque estamos pautando, debatendo e votando matérias que estão há anos na gaveta não são justas;, disse Cunha.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Cunha já havia afirmado que não acreditava que a aliança do PT com o PMDB chegasse a 2018. O presidente da Câmara também foi enfático ao defender a permanência do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), como articulador político do governo. ;Havendo ruptura desse processo com o Michel, haverá ruptura do PMDB com o governo. Isso é inevitável. Na hora em que o Michel for sabotado e confrontado no processo (...) não tem razão nenhuma de o PMDB ficar no governo.; Ao longo das últimas semanas, petistas teriam questionado a permanência de Temer como articulador político do governo, passadas as votações do ajuste fiscal no Congresso.
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