postado em 23/06/2015 21:47
A redução dos índices de mortalidade de jovens negros no estado de São Paulo só foi possível devido a um trabalho conjunto de segurança e redução da desigualdade social, disse hoje (23) o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre Moraes aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as causas da violência contra jovens negros e pobres.Segundo Moraes, existe um ;racismo disfarçado; que é difícil de ser combatido, mas que a realidade vem mudando. O estado, ao lado de Santa Catarina e do Paraná, é um dos três que apresentam a menor taxa de mortalidade de jovens negros comparados com a população branca na mesma faixa etária.
Moraes apresentou os dados de uma pesquisa do ano passado que mostram que a taxa de homicídios de jovens negros, com idade variando entre 19 e 29 anos, no estado, é de 30,9 por cem mil habitantes, enquanto que a média brasileira é de 70,8 por cem mil, mais que o dobro.
;O primeiro ponto importante para qualquer autoridade pública é atacar o problema de desigualdade social na sociedade brasileira. Não é uma questão de segurança pública isolada, só de educação, cultura é uma questão da sociedade brasileira;, disse o secretário.
;Em São Paulo estamos avançando em relação a isso, tanto em relação a questão da diversidade, como na questão importantíssima da seleção e treinamento das forças policiais;, complementou.
Ainda de acordo com o secretário, o risco de um jovem negro nessa faia etária ser vítima de homicídio é uma vez e meia maior do que a de um jovem branco. ;A idade que concentra mais [casos de homicídios] é 19 a 29 anos. O índice é de 20,7 por cem mil habitantes, enquanto que o do jovem negro é de 30,9 por cem mil;, disse.
O levantamento também apontou que, de dezembro de 2013 a novembro de 2014, a taxa de homicídios no Estado ficou em 10,13 para cada 100 mil habitantes. O índice aceito pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 10 mortes para 100 mil habitantes. ;Chegamos num nível aceitável, mas precisamos avançar;, disse Moraes.
Segundo o levantamento, 48% das vítimas de homicídios são brancas, 39% pardos e 9% são negros e que há, dentro da vulnerabilidade juvenil (faixa de 19 a 29 anos) um equilíbrio de negros e brancos, mas dentro da vulnerabilidade de 10 a 19 anos há uma diferença muito grande de brancos e negros, com o percentual maior de mortes do último grupo.