Politica

Casa Branca: visita de Dilma pode ser ponto final em crise por espionagem

A presidente Dilma Rousseff chegará aos Estados Unidos neste sábado com uma robusta agenda de negócios

Agência France-Presse
postado em 25/06/2015 19:37
Washington - A Casa Branca expressou nesta quinta-feira sua expectativa de que a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington na próxima semana ajude a superar a turbulência causada pelas revelações de espionagem americana.

"Acho que essa visita irá indicar em que medida viramos a página e seguimos em frente", disse, em Washington o assessor de política externa do presidente Barack Obama, Ben Rhodes.

Em coletiva de imprensa em Brasília sobre a viagem presidencial, o diplomata brasileiro Carlos Paranhos confirmou que a visita contará com contatos de alto nível, não só com o chefe de Estado americano, mas também com seu vice, Joe Biden.

"Esta visita é importante porque representa uma retomada de diálogo político bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos no mais alto nível, além da retomada de contatos em áreas como comércio, economia e debates sobre temas relevantes da agenda internacional", disse o diplomata.

A viagem pode vir a ser, portanto, um ponto final para o grave desencontro gerado pela revelação, em 2013, de que órgãos de inteligência dos Estados Unidos espionaram as comunicações do Planalto, de empresas e de milhões cidadãos brasileiros. "Isso foi superado", resumiu Paranhos.

Na época, a denúncia levou a presidente a cancelar uma visita de Estado programada para outubro do mesmo ano. O Planalto exigiu explicações do governo americano e garantias do fim dessas atividades. "A própria visita indica que nós estamos avançando", acrescentou Rhodes.

A presidente Dilma Rousseff chegará aos Estados Unidos neste sábado com uma robusta agenda de negócios, em uma viagem minuciosamente preparada para aparar as arestas das relações bilaterais depois do escandaloso episódio de espionagem envolvendo a Casa Brana.

A presidente ficará em território americano até o dia 1; de julho, passando por Nova York, Washington e São Francisco, com um roteiro que inclui um encontro com Barack Obama e reuniões com a nata do mundo financeiro e empresarial do país.



"Haverá oportunidade para que a presidente apresente aos diferentes interlocutores, inclusive na área financeira e empresarial, o plano de ajuste fiscal que o Brasil está atravessando e transmita a importância da retomada das relações na captação de investimentos norte-americanos, sobretudo no momento em que estamos implantando um novo e importante programa de investimentos na área de infraestrutura", explicou o diplomata brasileiro.

Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil depois da China. Em 2014, o comércio foi de 62 bilhões de dólares, com um déficit de aproximadamente 8 bilhões de dólares para o Brasil. Os dois países também devem assinar uma declaração sobre o clima, que incluirá compromissos para a cúpula de Paris no final do ano.

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