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Câmara dificulta entrada de manifestantes mesmo com habeas corpus

Presidente da Casa determinou que apenas 200 pessoas poderão acompanhar votação da maioridade penal

Mesmo com habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), 60 manifestantes contrários à redução da maioridade penal tiveram dificuldades de entrar na Casa. Dezenove integrantes da União dos Estudantes (UNE) e da União Nacional de Estudantes Secundaristas (Ubes) e outros 41 integrantes da organização Amanhecer Contra a Redução tiveram o acesso limitado pela Polícia Legislativa. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, determinou que apenas 200 pessoas com senhas poderiam acompanhar a votação da proposta que reduz a maioridade penal .

;A minha senha é o habeas corpus, uma decisão do STF que o presidente da Casa não quer cumprir;, disse Mateus Weber, diretor de Comunicação da UNE. Outros manifestantes foram impedidos de acessar o Salão Verde da Câmara, que dá acesso ao plenário da Casa. A restrição motivou uma manifestação, com gritos de ;Cunha, não esquece é decisão do STF; E ;Pula sai do chão quem é contra a redução;.

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Durante confusão, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) caiu no chão a caminho do plenário. Ele disse que foi empurrado, mas não sabe por quem. "Os manifestantes estavam dizendo que eu não ia poder entrar e me empurraram. Eu nem sei de que lado eles estavam", afirmou. O parlamentar se posicionou a favor da redução em ocasiões anteriores. "Eu pedi, quero passar, eu voto com vocês pela manutenção da idade. Eles me puxaram e eu cai. Agora, vou mudar meu voto. Vou votar pela redução da maioridade", completou.

Cunha afirmou que não está descumprindo decisão do STF porque o texto pede a garantia da segurança. As galerias do plenário têm capacidade para 300 pessoas. ;Espaço é a garantia de segurança que é colocada pelos bombeiros à segurança da Casa de limite. Não é questão de ter espaço. Você tem que ter possibilidade de evacuação sem risco de vida de ninguém;, afirmou o presidente antes de iniciar a sessão plenária.