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Dilma Rousseff: "Não há espaço para aventuras antidemocráticas"

Presidente evita rebate direto às declarações de Eduardo Cunha. Planalto solta nota reforçando apoio do PMDB ao governo e que opiniões do deputado %u201Csão pessoais%u201D

Rosana Hessel
postado em 17/07/2015 14:56

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A presidente Dilma Rousseff evitou comentar diretamente as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que retirou o apoio ao governo, durante a abertura da 48; Cúpula do Mercosul. Dilma estava no Palácio do Itamaraty, em encontro com os presidentes do Paraguai, Horácio Cartez; da Argentina, Cristina Kirchner; do Uruguai, Tabaré Vázquez; da Venezuela, Nicolas Maduro, e da Bolívia, Evo Morales, e de vários líderes de países associados ao bloco.

;Somos uma região que que sofreu muito com as ditaduras. Somos uma região em que a democracia cresce e amadurece. Temos que persistir nesse caminho;, disse Dilma em seu discurso de abertura da Cúpula. ;Não há espaço para aventuras antidemocráticas;, afirmou ela, deixando claro que uma parte de seu discurso acabou sendo direcionado à aqueles que defendem o seu impeachment.

A chefe do Executivo enalteceu a democracia da região e citou as eleições da Argentina que acontecem no próximo ano como um exemplo das transições democráticas e demonstrou um carinho especial para Cristina Kirchner que deixará a Casa Rosada depois de oito anos no poder. ;Aqui no Brasil você terá uma amiga sempre pronta para recebê-la e compartilhar sonhos e esperanças;, disse Dilma, com lágrimas nos olhos e voz trêmula.

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Nota do Planalto


Pouco depois do discurso da presidente no Itamaraty, o Palácio do Planalto soltou uma nota afirmando que o governo tem o apoio do PMDB. ;Desde o governo do presidente Lula e durante do governo da presidente Dilma Rousseff, o PMDB vem integrando as forças políticas que dão sustentação a esse projeto que vem transformando o país. Tanto o vice-presidente da República (Michel Temer) como os ministros e parlamentares do PMDB tiveram e continuam tendo um papel importante no governo;, disse a nota.

O documento ainda destacou que o ;o presidente da Câmara anunciou uma posição estritamente pessoal;. ;O governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade. O Brasil tem uma institucionalidade forte. Os poderes devem conviver com harmonia, na conformidade do que estabelecem os princípios do Estado de Direito;, informou o comunicado do Planalto.

Cunha anunciou na manhã de hoje o rompimento com o governo. ;Essa lama, em que está envolvida a corrupção da Petrobras, cujos tesoureiros do PT estão presos, essa lama eu não vou aceitar;, vociferou o deputado que, de acordo com o depoimento do executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, nas investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, recebeu US$ 5 milhões em propina.

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