Politica

Polícia Federal indicia presidente e executivos da Odebrecht

Eles são suspeitos de corrupção, fraude em licitação, lavagem e crime contra a ordem tributária. Foram oito pessoas indicias, entre elas Alexandrino Alencar, Rogério Araújo e Márcio Farias

Eduardo Militão
postado em 20/07/2015 16:09
A Polícia Federal indiciou na tarde desta segunda-feira (20/7) o presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, por corrupção ativa, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem econômica. Também foram indiciados outras sete pessoas ligadas à maior empreiteira do país, como os executivos e diretores Alexandrino Alencar, Rogério Araújo, Márcio Farias e César Ramos.

O delegado Eduardo Maut da Silva, da Operação Lava-Jato, destacou, em relatório parcial à 13; Vara Federal de Curitiba, que Marcelo Odebrecht participou das condutas criminosas apuradas pela PF. Uma delas é um ;sobrepreço; de pelo menos R$ 25 mil reais em um navio-sonda, apontado em uma mensagem de correio eletrônico para o presidente da empresa. ;Além do caso especifico das sondas, o material trazido aos autos aponta para o seu conhecimento e participação direta nas condutas atribuídas aos demais investigados, tendo buscado, segundo se depreende, obstaculizar as investigações.;



Em um bilhete apreendido pela PF, Marcelo Odebrecht determina: ;Destruir email sondas;. Para os investigadores, foi uma maneira de esconder provas. O juiz da 13; Vara Federal, Sérgio Moro, determinou que a polícia suspendesse a apuração sobre esse fato específico e determinou que, até nova decisão, ela não fosse mencionada nos demais inquéritos policiais.

A Odebrecht diz que o bilhete significa contestar a acusação baseada no email das sondas. Afirma ainda que não se tratava de sobrepreço nos navios, mas de margem de lucro sobre o custo da operação de aluguel das embarcações à Petrobras.

Conhecimento dos crimes
Para reforçar o conhecimento de Marcelo Odebrecht no caso, o delegado Eduardo Mauat usou um trecho do depoimento do presidente da empreiteira. Todos os investigados ficaram em silêncio perante os delegados, menos ele. Odebrecht afirmou à PF ;que continua confiando nos seus companheiros, ou seja, nos executivos que foram detidos, acreditando na presunção de inocência dos mesmos;.

E a PF conclui: ;A partir dessa fala, no cotejo com os demais elementos carreados, Marcelo Odebrecht aderiu de forma inconteste as condutas imputadas aos demais investigados, considerando que delas detinha pleno conhecimento.;

A Odebrecht tem negado todas as acusações de formação de cartel, corrupção e lavagem. Afirma que obtém contratos com a Petrobras há décadas sempre de maneira legal.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação