Eduardo Militão
postado em 21/07/2015 18:36
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi ao gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, pedir pressa na análise de seu pedido para suspender um processo da Operação Lava-Jato conduzido pelo juiz Sérgio Moro, no Paraná. Em um depoimento em ação criminal sobre propinas de US$ 40 milhões pagas por navios-sondas adquiridos pela Petrobras, o lobista Júlio Camargo disse que Cunha cobrou-lhe pagamento de parte dos subornos. Segundo ele, US$ 5 milhões iriam para os bolsos do próprio deputado do PMDB, partido que bancaria a indicação do diretor encarregado de aprovar a compra das embarcações.Nesta terça-feira (21/7), Cunha e seu advogado, o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, estiveram com Lewandowski. Eles querem que o ministro tome sua decisão antes mesmo de Moro prestar explicações sobre o caso.
Como juiz de primeira instância, ele não poderia permitir que uma acusação contra um deputado, que tem foro privilegiado no STF, fosse incluída no processo que corre no Paraná, sustenta a defesa do parlamentar. O processo criminal está em fase final. A partir de 29 de julho, já estará nas mãos de Moro para começar a escrever sua sentença.
;O Juízo reclamado tem sido extremamente ágil na prolação das sentenças após o término do prazo para apresentação das alegações finais;, justificou Antônio Fernando em uma petição, que foi apresentada hoje. ;Vale dizer, pode-se ;prever; que na hipótese da ação penal em comento, em que demonstrada a ocorrência de usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal, seja prolatada sentença antes mesmo do fim do mês de julho.;
Cunha, seu advogado e Lewandowski se reuniram por quase uma hora no gabinete do edifício principal do STF. O deputado não quis falar com a imprensa.