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Wagner e Cardozo defendem que Câmara apure denúncias de Catta Preta

"Não conheço nenhum dado novo que tenha sido oferecido pelos questionamentos da CPI, a não ser render mais o assunto", acrescentou Wagner

Agência Estado
postado em 31/07/2015 17:47
Os ministros da Defesa, Jaques Wagner, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, defenderam nesta sexta-feira, 31, que a Câmara dos Deputados apure as afirmações feitas pela advogada Beatriz Catta Preta, defensora de delatores da Operação Lava-Jato, em entrevistas ao jornal O Estado de S. Paulo e à Rede Globo.

A criminalista disse que membros da CPI da Petrobras na Casa a ameaçaram "insistentemente". Afirmou ainda que, por causa das ameaças, desistiu da advocacia. As intimidações também teriam atingido a família da advogada. Aumentaram, disse ela, após o novo depoimento do consultor Júlio Camargo. Então cliente da advogada, ele afirmou que pagou propina de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). O peemedebista nega. Acusa o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter pressionado o delator a acusá-lo.

"Ela (Catta Preta) foi muito categórica, ela diz que tem prova de tudo. Imagino que cabe à Mesa (Diretora da Câmara dos Deputados) fazer um chamado, uma interpelação judicial, para que ela traga à baila e identifique efetivamente se houve e quem cometeu a ameaça" disse Wagner após palestra fechada para militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na zona sul do Rio.

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O ministro da Defesa destacou que ameaça "não é o papel da CPI". "Ela (Catta Preta) levantou uma suspeita, e o Parlamento tem que se pronunciar. Senão ela joga dúvidas não só sobre todos os membros da CPI, mas de todo Parlamento", afirmou.

Wagner também criticou os resultados obtidos pela CPI da Petrobras. "Tudo que está sendo falado na CPI foi o que a Polícia Federal e o Ministério Público (revelaram). Não conheço nenhum dado novo que tenha sido oferecido pelos questionamentos da CPI, a não ser render mais o assunto", disse.

Já Cardozo considerou "grave" a denúncia da advogada e afirmou que o Ministério Público deve investigar o caso. "É uma denúncia grave que caberá ao Ministério Público Federal, que conduz a questão das delações premiadas, tomar as medidas cabíveis para apuração da situação", afirmou. Ele participou do encerramento do 9; Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, na seção Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ).

Assim como Jaques Wagner, Cardozo também considera válida a possibilidade de o Congresso Nacional pedir esclarecimentos a Catta Preta. "O Congresso Nacional também tem a condição necessária de fazer, através dos mecanismos legais, as apurações devidas para que uma situação como essa seja esclarecida", afirmou.

Cardozo não quis comentar a tentativa da CPI da Petrobras na Câmara de convocar Beatriz Catta Preta para depor.

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