Paulo de Tarso Lyra
postado em 03/08/2015 07:09
Quinze dias de recesso não foram suficientes para amenizar as crises políticas vividas entre o Planalto e o Congresso. Pior. Na opinião dos próprios governistas e interlocutores palacianos, a temperatura tende a esquentar ainda mais, pois o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deverá colocar em prática tudo o que ele tem em mãos para prejudicar o governo, já que a decisão do rompimento foi anunciada no primeiro dia de recesso parlamentar. As duas novas CPIs ; BNDES e Fundos de Pensão ; serão instaladas, a CPI da Petrobras será retomada com o depoimento da advogada Beatriz Catta Preta e a pressão para convocações dos ministros Edinho Siva (Comunicações) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), e algumas matérias perigosas para a estabilidade econômica estarão na pauta da Câmara. É agosto, o mês do cachorro louco, assim chamado por causa de episódios trágicos no Brasil e no mundo.
;Os deputados e senadores voltarão megavalorizados. Vamos precisar de muita conversa e paciência para negociar com nossa base de apoio;, disse um dos articuladores políticos do Planalto. A presidente Dilma Rousseff tenta se antecipar à crise. Está previsto para a noite de hoje um jantar com os líderes da Câmara e do Senado no Palácio da Alvorada para amenizar as hostilidades. Na última quinta-feira, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares e a confirmação da indicação de 200 cargos de terceiro escalão nos estados. ;É um compromisso que eu tenho que pretendo cumprir até o fim da primeira quinzena de agosto;, disse Padilha.
Para o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), será um Congresso muito mais tenso que retornará de férias. ;É um Congresso também muito mais prevenido contra as medidas anunciadas pelo governo. Afinal, nenhum remédio adotado pelo Planalto surtiu efeito;, disse Agripino. Só no terreno econômico, ele lembra que o país vive o pior deficit fiscal dos últimos anos, a taxa básica de juros já está em 14,25% e, ainda assim, a crise econômica não acaba.
Agripino afirmou ainda que os parlamentares estarão solidários aos governadores, que foram chamados para uma reunião no Palácio da Alvorada na última quinta-feira e não conseguiram quase nada do que pretendiam. ;Para piorar, a presidente ainda quis dividir com eles uma crise provocada pelo desgoverno da gestão dela;, afirmou o senador. O parlamentar potiguar lembra que existem projetos polêmicos em pauta que serão analisados com atenção pelos oposicionistas, como, por exemplo, a ;repatriação de recursos de caráter duvidoso;, uma das apostas do Planalto para compensar o fundo estadual para garantir recursos aos governadores.
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